“PORQUE EU NASCI DENTRO DA HISTÓRIA E AGORA EU TENHO QUE CONTINUAR”

ETNOGRAFIA DE PROJETOS-DE-VIDA KANHGÁG (KAINGANG).

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.4013/rlah.2021.1026.06

Palabras clave:

kanhgág, kaingang, projetos de vida, Etnografia, História indígena

Resumen

Esse artigo apresenta a trajetória de Kasú Kanheró, kofã da etnia Kanhgág. Os Kanhgág do Rio Grande do Sul estavam confinados às suas aldeias até a segunda metade do século XIX e impossibilitados de deixar suas comunidades. Em 1988 a constituição restituiu o direito de ir e vir, uma possibilidade de retorno aos projetos-de-vida Kanhgág. O trabalho é delineado pela etnografia, pela história oral na modalidade de trajetórias de vida e análise da indexação dos discursos captados e transcritos. Não obstante aos conflitos internos nas comunidades de origem, a migração dos Kanhgág das grandes áreas para os centros urbanos se deu através da possibilidade, com a constituição de 1988, de ocupação de novos espaços e de um retorno à transumância, aqui entendido como uma emergência que estava ausente.

Biografía del autor/a

Gabriel Chaves Amorim, Unisinos/UFPR/UFRGS

Doutorando no Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais; Mestre em Políticas e Práticas Sociais (PPGCS) e  Licenciado em História, todos na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Gastrônomo graduado pela Feevale. Mestrando em História na Univesidade Federal do Paraná (UFPR); Mestrando em Antropologia Social (UFRGS). Tem interesse em temáticas sobre projetos-de-comunidade, projetos-de-vida, economia social solidária, soberania alimentar, educação popular, planos de formação pessoal, juventudes, patrimônios imateriais, religiosidades, interculturalidades críticas e modernidade/colonialidade.

Citas

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Publicado

2022-01-21