Abstração como metodologia
Chomsky e os limites teóricos da cognição corporificada
DOI:
https://doi.org/10.4013/con.2025.213.11Palavras-chave:
Cognição Corporificada. Noam Chomsky. Naturalismo Metodológico. Formatos Corporais.Resumo
Este artigo tem como objetivo identificar a posição de Chomsky relativamente à cognição corporificada, mostrando como seus contrapontos podem contribuir para um debate mais nuançado na filosofia da ciência cognitiva. A análise se desenvolve em três etapas: examinando como a perspectiva de Chomsky sobre a cognição se alinha com o chamado cognitivismo clássico como comumente interpretado pelos teóricos da cognição corporificada; identificando quais concepções corporificadas ele preventivamente questionou; e demonstrando que tais objeções se ancoram no naturalismo metodológico e no “truísmo” biológico. Interpretamos que Chomsky consideraria a corporificação mínima (ME) como preocupante em relação à trivialidade, a menos que formule um conceito preciso de corpo; a corporificação completa (FE) como conflitante com os argumentos de pobreza de estímulo para a aquisição cognitiva; e a corporificação radical (RE) como epistemicamente problemática devido à sua rejeição de representações mentais. Argumentamos ainda que a posição epistemológica de Chomsky incentiva a cognição corporificada a depender de abstrações teóricas para obter poder explicativo, especificamente por meio de uma abordagem moderada que enquadra capacidades cognitivas corporificadas como coextensivas aos conjuntos de códigos ou formatos corporais. Essa abordagem evita o reducionismo e, ao mesmo tempo, permite hipóteses testáveis sobre as influências corporais na cognição, respondendo, assim, ao persistente desafio de Chomsky quanto à formulação de alegações não triviais sobre o que é corporificado na cognição.
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