Tragédia dos comuns, metamoralidade e metaética
o naturalismo não-cognitivista de greene e a objeção de incoerência
DOI:
https://doi.org/10.4013/con.2025.213.03Palavras-chave:
Greene. Metamoralidade. Metaética. Naturalismo. Objeção de incoerência.Resumo
Este artigo analisa a teoria moral de Joshua Greene em Tribos Morais: A Tragédia da Moralidade do Senso Comum (2018) e aponta uma aparente incoerência de sua tese. Greene adota uma visão naturalista não-cognitivista da moralidade, segundo a qual a moralidade é um subproduto de mecanismos psicológicos e evolutivos de cooperação. Nessa perspectiva, a moralidade é compreendida como um instrumento adaptativo, enraizado em emoções e processos cognitivos não autônomos, que serve para regular conflitos dentro e entre diferentes ‘tribos morais’.Porém, seu projeto normativo de metamoralidade parece contradizer o teor naturalista não-cognitivista da parte descritiva de sua obra. Assim, busca-se esclarecer essa incoerência expressa no entrecruzamento das seguintes teses de Greene: (i) a adoção de uma epistemologia moral naturalista, que sustenta que os juízos morais não expressam verdades objetivas, e (ii) a premissa de que os desacordos morais profundos são moralmente problemáticos e necessitam de uma solução, a qual é proposta por Greene na forma de um princípio moral objetivo: a imparcialidade. Argumenta-se que, apesar da teoria descritiva de Greene ser bem fundamentada e coerente com sua posição metaética, a parte normativa de sua tese cede à tentação cognitivista moral de avaliar moralmente um estado natural de coisas como objetivamente verdadeiro.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Concedo à Controvérsia o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo, ainda, que meu artigo não está sendo submetido para outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Controvérsia acima explicitadas.