A virada tática comunista do final da década de 1920: do BOC ao obreirismo.

Resumen

O Partido Comunista do Brasil (PCB), enquanto existiu a Internacional Comunista (IC), organização a qual era filiado, orientava suas ações consoantes às diretrizes táticas e estratégicas elaboradas no âmbito daquela. No final da década de 1920, repentinamente a IC alterou de forma radical suas recomendações táticas para os partidos comunistas mundiais. Tal situação suscitou no PCB a passagem de um período em que se buscava a formação de amplas alianças nos campos político-partidário e sindical (operariado, campesinato, pequena-burguesia e intelectuais de esquerda), no qual foi construída pelo partido a grande coalizão eleitoral Bloco Operário e Camponês (BOC) para um que se constituiu no mais radicalizado do partido até então. Nesta ocasião, não somente a orientação dada aos partidos comunistas passou a ser de evitarem alianças mais amplas, como chegou ao extremo de exigir a depuração em suas direções de pessoas que não tivessem origem operária (o obreirismo). O presente trabalho pretende analisar as características da referida passagem no âmbito do PCB relacionando-as às instâncias comunistas superiores ao partido brasileiro – a IC, os seus organismos dirigentes na América do Sul e o Partido Comunista Argentino (PCA).