Entre chefe e correligionários: negociação, hierarquia e mobilidade social na Primeira República (Rio Grande do Sul, 1899-1900)

Autores/as

  • Carina Martiny UNISINOS

DOI:

https://doi.org/10.4013/rlah.v3i11.443

Resumen

Este artigo analisa as estratégias utilizadas por correligionários do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) para garantir vantagens, ter seus interesses atendidos e assumir posição de destaque na sociedade local, a partir da sua relação com Júlio Prates de Castilhos durante os primeiros anos da República (1889-1900). Através da análise qualitativa da correspondência passiva, enviada por correligionários republicanos a Júlio Prates de Castilhos, líder do PRR e presidente do estado do Rio Grande do Sul em 1891 e 1893-1898, busca-se identificar o papel da negociação nas relações entre as partes, bem como, as estratégias de ascensão ou manutenção de posição social utilizada por correligionários republicanos. As negociações e relações políticas entre correligionários e o líder republicano são entendidas como meio de construção da governabilidade e de atendimento de interesses pessoais. Aponta que o relacionamento entre correligionários e o chefe do partido baseava-se em trocas e favores que ajudaram a construir a hegemonia política republicana no Rio Grande do Sul, assim como bem posicionar política e socialmente as lideranças republicanas a nível municipal.