O “descaso” com o Patrimônio Histórico São-borjense: Educação Patrimonial em sala de aula.

Autores

  • Júlio Ricardo Quevedo dos Santos UFSM
  • Márcia Cristina Cabreira Rodrigues UFSM

DOI:

https://doi.org/10.4013/rlah.v2i6.194

Palavras-chave:

Educação Patrimonial – Patrimônio Cultural Missioneiro – História Regional – História de São Borja – Ensino de História

Resumo

O Presente trabalho visa mostrar, através de um fato acontecido no município de São Borja, Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, onde um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus queimou duas estátuas do Período Missioneiro, uma parcialmente e outra totalmente, inventariadas pelo IPHAN, em ritual de cura, para a “libertação espiritual” do fiel depositário, o senhor Leôncio Ayala Chagas, que estava com câncer, e veio a falecer dois dias depois do “ritual de cura” [julho de 2007] realizado pelo pastor Fábio Guimarães da Silva Pereira. Grande parte do passado histórico de inúmeros municípios, em todo o Brasil imagens, documentos são perdidos ou destruídos devido ao “descaso” por parte da população que não tem sentimento de pertença com um determinado patrimônio. No entanto, quando o “descaso” se torna depredação ou destruição consciente, temos um crime em ação. Crime este, que é visto como algo corriqueiro, como se fosse comum queimar livros manuscritos de Primeiras edições de grandes obras, ou vê-los sendo destruídos lentamente pelas traças ou pela umidade; ou mesmo queimar uma imagem religiosa de origem católica, para tentar em um ritual de outra fé, salvar a alma do dono da imagem. Para tanto faremos uma análise, voltada para ao aspectos cultural e histórico, sobre como os estudantes tratam seu Patrimônio Histórico e Cultural missioneiro são-borjense, que lamentavelmente muitas vezes lhes é indiferente. Problematizando-se que, a partir da Educação Patrimonial é uma possibilidade de reavaliar as posições frente ao acervo, os fragmentos do passado que estão vivos na comunidade local e nas comunidades escolares. A partir desta questão, voltaremos o nosso foco para a sala de aula como um espaço privilegiado de discussão sobre o patrimônio missioneiro, sua preservação e valorização.Para tanto, teremos como objetivo geral: Analisar, sob o ponto de vista histórico e cultural, as possibilidades de preservação e valorização do patrimônio missioneiro a partir de uma consciência histórica construída no espaço escolar, para então se contrapor aos motivos que levaram a estátua de origem missioneira, ter sido queimada. Mesmo com esse título de “Berço Missioneiro”, constatamos através de pesquisas e também com a leitura dos primeiros questionários, que o município não é visto assim, pela maioria da população e particularmente pelos professores das redes Municipal, Estadual e Particular, pois, como foi já convencionado há décadas, São Borja é o “Berço dos Presidentes” convenção esta que não queremos de modo algum que desapareça, porém, queremos ressaltar que antes dos dois Presidentes fazerem história Nacional, São Borja como foco de História Regional Missioneira, é ainda mais rica.

Biografia do Autor

Júlio Ricardo Quevedo dos Santos, UFSM

Professor do Departamento de História da UFSM, Doutor em História Social pela USP.

Márcia Cristina Cabreira Rodrigues, UFSM

Professora municipal da EMEF Ivaí, São Borja-RS. Acadêmica do Curso de História, Primeira Licenciatura Programa Nacional de Formação de Professores do Ensino Fundamental (PARFOR/UFSM) – Bolsista PROLICEN

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