Objeto alien, extração infinita, ou das inteligências artificiais de Reza Negarestani e Luciana Parisi
DOI:
https://doi.org/10.4013/con.2025.213.06Palavras-chave:
Algoritmo. Cosmotécnica. Inteligência artificial. Racionalidade. Subjetividade.Resumo
Este artigo investiga comparativamente os projetos filosóficos de Reza Negarestani e Luciana Parisi sobre a inteligência artificial, analisando suas implicações ontológicas, políticas e cosmotécnicas no contexto contemporâneo de expansão das máquinas cognitivas. A partir do diagnóstico de Yuk Hui sobre a tecnodiversidade e o colonialismo de dados, argumenta-se que as inteligências artificiais não podem ser compreendidas apenas como artefatos técnicos neutros, mas como expressões de cosmologias divergentes que disputam a configuração do mundo. No caso de Negarestani, reconstrói-se a proposta de um neoracionalismo que concebe a inteligência como capacidade de participação em práticas inferenciais normativas, com base em uma leitura hegeliana da artificialização do espírito. A inteligência artificial, nesse modelo, opera como vetor de autolegislação racional e de convergência normativa. Já Parisi propõe uma abordagem estética e algorítmica da inteligência, fundamentada na lógica da incomputabilidade, na recursividade e no desvio. Sua teoria aponta para a constituição de sujeitos técnicos que resistem à equivalência e operam contra a recursividade colonialista. O artigo incorpora ainda críticas como a de Elzahra Osman ao universalismo racional de Negarestani e articula a proposta de Parisi com a crítica da transparência de Denise Ferreira da Silva. Por fim, sustenta-se que a disputa entre normatividade e indeterminação, entre razão e fratura, define não apenas o destino da inteligência artificial, mas os horizontes políticos e ontológicos da tecnicidade contemporânea.
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