Kierkegaard, o “tratado do desespero” e a medicina mentis
Palabras clave:
Kierkegaard, tratados, gêneros literáriosResumen
Espinosa, Locke, Berkeley e Hume dedicaram tratados mais ou menos breves à reforma do entendimento humano ou a projetos semelhantes. Ao explicar Descartes, Alexandre Koyré entende que todos esses escritos pertencem ao gênero dos “tratados do método”, inclusive sob designações disfarçadas, como ensaio, investigação e discurso. Ao elogio do método correspondia, nos séculos XVI e XVII, a desconfiança do exercício não-dirigido da razão, o medo do espírito humano tolhido por preconceitos, “ídolos” e ilusões. Tais tratados são esforços da medicina mentis; nesse sentido, um tratado seria um tratamento. Koyré, no século XX, incorre ainda nos exageros racionalistas do elogio ao método, em detrimento do ensaio. Sua infeliz avaliação de que Montaigne teria escrito um tratado do desespero inspira-nos a analisar obra de Kierkegaard, de 1848, publicada na França como Tratado do desespero.. Kierkegaard, leitor de Montaigne e escritor compulsivo, sabia que o projeto das grandes obras é uma mania de intelectuais infelizes. Kierkegaard preferia a ironia e o disfarce e suspeita-se que tal obra não seja um tratado.Descargas
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Concedo à Controvérsia o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo, ainda, que meu artigo não está sendo submetido para outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Controvérsia acima explicitadas.