Hume e a inatividade da razão
Palabras clave:
Paixão, Razão, MotivaçãoResumen
Além de seu célebre ceticismo em relação à razão teórica ou especulativa, é incontroverso que Hume defende também algum tipo de restrição à racionalidade em sua dimensão prática. Vários autores consideram que essa restrição prática à razão é expressa pela tese de que a razão sozinha não pode produzir ações. Chamarei esse princípio de Tese da Inatividade da Razão (TIR). Agora, ainda que se possa identificar tal restrição motivacional à razão, defenderei que há uma ambiguidade nessa formulação de TIR que remete a uma possível dupla interpretação das intenções de Hume. Essa ambiguidade deriva-se da afirmação de que a razão exerce algum tipo de influência na produção de ações, por meio do fruto de um raciocínio, a saber, as crenças motivacionais. Assim, poderíamos questionar se a expressão restritiva “sozinha”, aplicada à razão, significa, apenas, em uma interpretação fraca, que (TIR*) crenças não podem produzir ações diretamente – sem a mediação ou auxílio de outra percepção distinta – ou, também, em uma interpretação forte, que (TIR**) crenças não podem produzir ações indiretamente – com a mediação necessária de outra percepção distinta, uma paixão motivacional produzida pela crença, mas sem a participação dessa paixão na determinação do fim da ação. Tentarei aqui defender a interpretação forte segundo a qual Hume recusa igualmente a opinião de que a razão poderia, por si só, determinar as paixões a seguir suas “imposições”. Em suporte a esta interpretação, mostrarei, basicamente, que, para Hume, apenas as paixões são “ativas”, pois apenas elas são percepções naturalmente normativas de um ponto de vista prático.
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