A doutrina do esquematismo dos conceitos puros do entendimento
Keywords:
Kant, entendimento, Crítica da razão puraAbstract
O capítulo do esquematismo é certamente uma das partes mais difíceis e obscuras da filosofia kantiana. Desde os primórdios da publicação da Crítica, o referido capítulo foi objeto de várias críticas, entre elas, a de que seria uma parte artificial, inserida por Kant apenas por razões sistemáticas. Apesar das dificuldades e obscuridades inerentes ao mesmo, ele foi considerado por Kant nos Prolegômenos como uma "investigação árdua e, no entanto, indispensável". Por outro lado, recentemente, no século XX, surgiu uma tentativa de valorizar o capítulo do esquematismo pela inserção do mesmo no contexto dos problemas da filosofia contemporânea. Entretanto, esta valorização não somente deformou a problemática que Kant tinha em vista com o esquematismo ao tirá-lo do seu contexto de origem, mas muitas vezes a solução kantiana também foi considerada como insatisfatória (Detel, 1978). Como resultado, este tipo de interpretação tem valor para uma história da recepção da doutrina do esquematismo, mas mostra-se insatisfatório para uma abordagem reconstrutiva do problema especificamente kantiano. Neste trabalho serão discutidas as principais dificuldades do capítulo do esquematismo através de uma análise reconstrutiva cujo objetivo é tratar de duas questões, a saber, o papel desempenhado pelos esquemas transcendentais e a natureza destes esquemas. Com relação à primeira questão, será necessário mostrar, contra a objeção da artificialidade, que o capítulo do esquematismo efetivamente tem uma tarefa a desempenhar, e esta resposta, como veremos adiante, deve passar necessariamente por uma discussão da relação entre dedução transcendental e esquematismo. Já a questão da natureza dos esquemas transcendentais será discutida através da distinção entre imagem e esquema e da comparação dos esquemas transcendentais com os esquemas de outros conceitos.
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