O ensinar e o aprender português nas escolas da imigração alemã no Rio Grande do Sul
Resumen
Este artigo tem como objetivo examinar o discurso sobre o português como segunda língua nas escolas da imigração alemã do estado do Rio Grande do Sul, discurso esse presente no periódico Jornal da Associação de Professores Teuto-Brasileiros Católicos do Rio Grande do Sul
que circulou entre 1900 e 1939. O referencial teórico do estudo situa-se, por um lado, no campo da sociolinguística, destacando-se principalmente
pesquisas que se ocupam da educação linguística de migrantes e de seus descendentes. Por outro lado, o estudo se vale de ferramentas teóricas
oriundas do pensamento de Michel Foucault e de Paul Veyne, tanto no que diz respeito à escrita da História como à forma de escrutinar os artigos
selecionados. A investigação evidencia que: (a) o ensino de português não deveria começar muito cedo, sendo precedido pelo de alemão; (b) a
escolarização deveria se dar em uma instituição em que o alemão fosse a língua de ensino; a aprendizagem do português não se restringiria aos espaços escolares; (c) as atividades orais deveriam predominar nos primeiros contatos com o português; (d) a tradução deveria ter papel de destaque nas aulas; (e) o material a ser usado nas aulas de português deveria ser apropriado e próximo da realidade do aluno; (f) as crianças das escolas da imigração alemã, sendo brasileiras, deveriam aprender o português, mas era necessário garantir o direito de os imigrantes e seus descendentes manterem sua língua materna; (g) uma língua seria o resultado do uso que dela se faz; e (h) a formação dos professores para as escolas da imigração alemã deveria considerar que a esses caberia ensinar o português.
Palavras-chave: escolas da imigração alemã, educação linguística, ensino de segunda língua, bilinguismo.
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