Memória e esquecimento da 'pequena África' - conexões com a história, patrimônio e educação
DOI:
https://doi.org/10.4013/rlah.v8i21.993Palavras-chave:
Zona portuária, Patrimônio afrobrasileiro, Memória social, Pequena ÁfricaResumo
O artigo discute os processos de memória e esquecimento na zona portuária do Rio, também chamada de “Pequena África” – expressão cunhada pelo pintor e sambista Heitor dos Prazeres na primeira metade do século XX – em suas conexões com a história, o patrimônio e a educação. Partiremos do pressuposto de que as reivindicações, disputas e negociações dos agentes que atuam na zona portuária têm em seu cerne discussões que giram em torno da produção de novos discursos historiográficos, da emergência de outras memórias, de novos patrimônios e a necessidade da população acessá-los através da educação, formal ou não formal. Esse foco tem correspondências nas discussões acerca da questão racial no Brasil, nas reinvindicações dos movimentos negros, que vêm na descolonização do pensamento um dos mais importantes passos para a superação do racismo estrutural. As memórias e esquecimentos produzidos pelos agentes em disputa são políticas e pretendem produzir impactos na sociedade, no que diz respeito à períodos históricos que produziram marcas que não foram superadas, como a escravidão.