Arroio do Padre/RS e sua identidade luterana: práticas de educação e cultura de uma comunidade (1950-1960)
DOI:
https://doi.org/10.4013/rlah.v2i7.355Palavras-chave:
educação, cultura, identidade luterana.Resumo
Arroio do Padre é uma pequena cidade localizada ao sul do Rio Grande do Sul. Emancipou-se de Pelotas no dia 17 de abril de 1996, tornando-se um dos quatro enclaves do Brasil. Enclave porque se limita unicamente com o município de Pelotas. Possui uma área de 124,69 km² e uma população de 2.722 habitantes. No ano de 1868, a localidade passou a ser ocupada com a expansão da imigração alemã-pomerana de São Lourenço do Sul. Estes, na sua maioria, não eram oriundos do sul da Alemanha, onde a religião católica era predominante, mas sim de regiões onde as igrejas eram protestantes, principalmente luteranas. Neste sentido, este processo imigratório criou vínculos identitários específicos, já que havia questões étnicas e religiosas envolvidas. Identidade compreendida como uma construção e não como um processo essencialista. (HALL, 2000; WOODWARD, 2000). No que se refere à educação, os imigrantes também se baseavam nos ideais de Lutero que já no século XVI defendia o ensino para todos e de caráter obrigatório. Chegando ao Brasil, sem encontrar condições sequer semelhantes ao com que viviam na sua terra de origem, logo trataram de criá-las, mas sem dúvida reinventando-as (HOBSBAWN, 1987). Nestes ideais, Arroio do Padre se ergueu e hoje de acordo com os dados do IBGE é destacado como o município brasileiro com o maior percentual de evangélicos (85,8%) e, por consequente, com o menor percentual de católicos (7,8%). Assim, este artigo tratará das práticas de educação e cultura promovidas especificamente pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil de Arroio do Padre II (1950-1960), suas manifestações construtoras de identidades nesta realidade, com base, principalmente, em fontes documentais, orais e iconográficas sob um olhar crítico e problematizador, privilegiando-se assim a história “vista de baixo” na perspectiva da História Cultural.Downloads
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Dossiê