Cidade sensível, cidade de areia, Cidade Nova
DOI:
https://doi.org/10.4013/rlah.v2i7.353Palavras-chave:
Sensibilidades, Cidade Nova, História OralResumo
As cidades e as sensibilidades se coadunaram junto à História Cultural – essa consolidada enquanto abordagem no campo da História no decorrer dos anos 1990 - a partir de obras que se preocupavam em aproximar o universo do sensível ao pulsar urbano. A partir desse reposicionamento, seja do entendimento das cidades enquanto objeto, ou da abertura do entendimento das sensibilidades, apresentamos um diálogo em que o objetivo é adentrar as camadas sensíveis presentes na constituição de um espaço urbano que passa por transformações contundentes: de território limítrofe de uma cidade, tomado por areias, a bairro ocupado por sujeitos alijados do perímetro considerado, até então, central. Trata-se esse lugar do “Cidade Nova”, bairro localizado na cidade do Rio Grande/RS, no qual, através da memória de quatro narradores, visamos encontrar a projeção de sensibilidades na constituição de uma grafia e pulsar urbano específico para esse local no contexto de seus primeiros anos, salientando que essa especificidade se faz pelo fato de ser esse o primeiro bairro suburbano e eminentemente operário da cidade. Nossa temporalidade inicia em meados dos anos 1940, quando da consolidação da ocupação do bairro, e finda na contínua e atual reconstituição das reminiscências. Fazendo uso da história oral enquanto metodologia, bem como do aporte teórico de autores que operam no âmbito da tríade cidade/sensibilidade/memória, construímos um mosaico de vivências, as quais possuem elementos recorrentes, como a infância, a chegada à vida adulta e, sobretudo, ao mundo do trabalho no desenho de uma grafia do bairro que permanece presente nas lembranças desses sujeitos. Por fim, se o ato dessa investigação não decifra por completo essa Cidade Nova, que fascina, ao menos dotamos de um pouco mais de subjetividade as linhas que compõe a escrita de suas histórias.