A representação municipal do Gaúcho de Passo Fundo
DOI:
https://doi.org/10.4013/rlah.v2i7.351Palavras-chave:
Representação - imaginário - Teixeirinha - Passo Fundo - westernResumo
A representação do município de Passo Fundo através de uma identidade gauchesca é um fenômeno oriundo do século XX. O primeiro Centro de Tradições Gaúchas (CTG) instalou-se em 1952 na cidade e trouxe diversas outras manifestações de pretensão hegemônica, apesar da cultura cabocla local. Uma das maiores contribuições para a construção deste imaginário deu-se com o longa-metragem Gaúcho de Passo Fundo, produzido e estrelado pelo cantor Teixeirinha. Entendendo o processo de produção deste feito icônico, pode-se ilustrar uma prática recorrente até o século seguinte, em que poder público e mídia utilizam e postulam o gauchismo como a representação legítima de uma cidade situada no norte do Estado do Rio Grande do Sul, onde não viveu o tipo sociocultural do gaúcho, registrado por pesquisadores na região do Pampa, ao sul. Esteticamente, nota-se a bricolagem que sustenta o enredo do filme de Teixeirinha e se estende a monumentos nas praças da cidade, rodeios, festivais de folclore e projetos de promoção do turismo, em nome de um gauchismo inventado e sem sustentação histórico-cultural. Do ponto de vista da gestão dos recursos públicos destinados à cultura, Teixeirinha foi pioneiro na aprovação de aportes financeiros justificados nesta identidade construída, legitimando o discurso que cola o gauchismo à representação do município de Passo Fundo.Downloads
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Seção
Dossiê