Homenagens e monumentos médicos: a criação de uma identidade de classe
DOI:
https://doi.org/10.4013/rlah.v2i7.337Palavras-chave:
Identidade, Medicina, Patrimônio, Homenagens e Monumentos.Resumo
O presente trabalho procura discutir a formação de uma identidade médica a partir dos monumentos e homenagens espalhados pela cidade de Porto Alegre. As homenagens/monumentos, assim como a escolha dos nomes e os discursos nas inaugurações são atos culturais, sociais e políticos que possuem um sentido e uma intenção, que devem ser problematizados e investigados. O intento principal desta comunicação é demonstrar e problematizar como, culturalmente, através da criação de homenagens/monumentos a médicos ilustres, a classe afirmou a sua identidade e memória frente à liberdade profissional, além de mostrar as possibilidades de pesquisa. O embate entre médicos graduados e a liberdade profissional defendida pelos positivistas, ideologia política que governou o Estado de 1890 a 1930 através do Partido Republicano Rio-grandense, tem sido correntemente discutido dentro da historiografia da medicina/saúde no Rio Grande do Sul. Dessa forma, a medicina gaúcha firmou seu posicionamento usando a cultura como um dos suportes para civilizar as práticas médicas, tendo a ciência e a habilitação como requisito primordial para seu exercício. Essas homenagens e monumentos estão espalhados pela cidade, inaugurados em momentos diferentes, o que reforça a ideia de que foram criados e expostos com um significado, com uma intenção, em um longo processo histórico.