A AGÊNCIA INDÍGENA NO CONTATO COM PORTUGUESES NO SERTÃO DA BAHIA NO SÉCULO XVII
DOI:
https://doi.org/10.4013/rlah.2023.1.6Resumo
Na segunda metade do século XVII, quando o processo de colonização portuguesa começava a se interiorizar, avançando sobre as terras indígenas, colonos e nativos, desenvolveram estratégias de contato diversas, ora estabelecendo alianças, ora praticando uma política de guerra, levada a efeito contra os povos indígenas do sertão da Bahia, que resistiram à sobreposição do espaço colonial aos seus territórios. Este artigo procura mostrar, a partir de documentos históricos referentes à administração colonial portuguesa do Brasil, especificamente da capitania da Bahia, a diversidade de formas assumidas nos contatos entre indígenas e europeus na colônia, procurando destacar que as ações indígenas no contato com os brancos podem ser interpretadas pelas noções de acomodação e meio-termo, cunhadas pelo historiador estadunidense Richard White, caracterizando os indígenas como corresponsáveis pela constituição das relações coloniais das quais partilharam, e não meras vítimas da dominação portuguesa.
Referências
REFERÊNCIAS
FONTES IMPRESSAS/DIGITAIS
Coleção Documentos Históricos
vol. 4, 5, 19, 86
Anais da Biblioteca Nacional
vol. 57
Arquivo Histórico Ultramarino Capitania da Bahia
AHU¬_CLF_CU, Bahia, Cx.19 – doc.2214.
AHU¬_CLF_CU, Bahia, Cx.23 – doc. 2691.
AHU¬_CLF_CU, Bahia, Cx.20 – doc. 2331.
AHU¬_CLF_CU, Bahia, Cx.31 – doc. 4020.
GANDAVO, Pero de Magalhães - História da Província de Santa Cruz, 1576, São Paulo, Belo Horizonte, Edusp, Itatiaia, 1980.
NANTES, Martinho de. Relação de uma missão no Rio São Francisco (1706), tradução e comentários Barbosa Lima Sobrinho. São Paulo: Companhia Editora Nacional/MEC, 1979.
SOUSA, Gabriel S.de. Tratado Descritivo do Brasil (1570). São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1987.
BIBLIOGRAFIA
ALENCASTRO, Luiz F. de. O trato dos viventes. Formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
ALMEIDA, Maria R. C. Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003.
AVILA, Arthur L. de. Rememorando os Filhos de Onontio: Richard White, The Middle Ground e a escrita da história da América do Norte colonial. História (São Paulo) v.30, n.1, p. 264-286, jan/jun 2011.
CALMON, Pedro. História da Casa da Torre. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1939.
CARVALHO JR. Almir D. Índios cristãos. A conversão do gentio na Amazônia portuguesa. 1653-1769. Tese de Doutorado, Campinas, 2005.
CUNHA, Manuela C. da (Org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal de Cultura/Fapesp, 1992.
DANTAS, Beatriz G., SAMPAIO, José A. L. e CARVALHO, Maria R. G. de. “Os povos indígenas no Nordeste brasileiro. Um esboço histórico”. In CUNHA, Manuela C. da (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, Fapesp, SMC,
GRUZINSKI, Serge. A colonização do imaginário. Sociedades indigenas e a ocidentalização no México espanhol. Seculos XVI-XVIII. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
HEMMING, John. Red Gold.The conquest of the Brazilian Indians. Londres: Macmillan, 1978.
LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil, tomo VI, Lisboa, Rio de Janeiro, Livraria Portugália, Civilização Brasileira, 1938.
LIMA, Marcos Galindo, O governo das almas. A expansão colonial no país dos Tapuia. 1651-1798. Tese de Doutorado apresentada a Universidade de Leiden, 2003.
METCALF, Alida. The entradas of Bahia of the Sixteenth Century. The Americas, vol. 61.3, 2005.
MOISÉS, Beatriz P. “Índios livres e índios escravos. Os princípios da legislação indigenista do período colonial (séculos XVI a XVIII)”. In Manuela Carneiro da Cunha (org.). História dos índios no Brasil, São Paulo, Companhia das Letras, Fapesp, SMC, 1992.
MONTEIRO, John M. “Os Guarani e a história do Brasil meridional: séculos XVI e XVII”, de John M. Monteiro. In Manuela Carneiro da Cunha (org.). História dos índios no Brasil, São Paulo, Companhia das Letras, Fapesp, SMC, 1992.
MONTEIRO, John M. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
POMPA, M. C. Religião como Tradução: Missionários, Tupi e “Tapuia” no Brasil Colonial, tese de Doutorado em Ciências Sociais, IFCH-Unicamp, 2001.
RESENDE, Maria L. C. de. Gentios brasílicos: índios coloniais em Minas Gerais setecentista. Tese de Doutorado apresentada à Universidade de Campinas, 2003.
SOUSA, Maria A. S. de. A conquista do sertão da Ressaca. Povoamento e posse da terra no interior da Bahia. Vitória da Conquista, Edições UESB, 2001.
SCHWARTZ, S. Segredos Internos. Engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo, Companhia das Letras, 1992.
SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil. 1500-1627. 5ªed., revista por Capistrano de Abreu, Rodolfo Garcia e Frei Venâncio Willeke, São Paulo: Edições Melhoramentos, 1965.
SILVA, Inácio A. de Cerqueira e. Memórias históricas e políticas da Bahia, vol. II, Salvador: Imprensa Oficial do Estado, 1925
WHITE, R. The Middle Ground. Studies in North American Indian History). Cambridge University Press, 1991.
WHITE, R. Esboços, Florianópolis, v. 27, n. 46, p. 554-602, set./dez. 2020.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Latino-Americana de História- UNISINOS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelo (s) autor (es), dos direitos de publicação digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. O (s) autor (es) declara que, em caso de aceitação do artigo, a Revista Latino-Americana de História passa a ter os direitos autorais a ele referentes, que se tornarão propriedade exclusiva da Revista, sendo vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem a citação deste periódico como meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e acadêmicas, desde que citada a RLAH como fonte. Informamos que a revista possui a licença Creative Commons Attribution 3.0 License de direitos autorais.