Charles M. de La Condamine e o uso da História Natural como ferramenta de domínio colonial

A classificação e exploração da quinquina no início do século XVIII.

Autores

  • Pedro Carvalho Alves PUC-SP

DOI:

https://doi.org/10.4013/rlah.2025.1.9

Palavras-chave:

La Condamine, História Natural, Ciência, Apropriação de Saberes, Quinquina

Resumo

Ao longo da modernidade, o conhecimento racional criou diversas disciplinas do saber humano, entre elas a da História Natural. Pretende-se com esse artigo, mostrar como os avanços científicos impulsionados pela História Natural se relacionam com as dinâmicas político-econômicas da expansão colonial. Para isso será analisada a produção textual do explorador Charles Marie de La Condamine (1701 – 1774) e a sua participação na classificação da quinquina, uma planta medicinal utilizada no tratamento de febres e doenças como a malária. A história da catalogação dessa planta elucida muito bem como as palavras “descobrimento” e “apropriação de saberes” podem ser utilizadas para compreender a formação das ciências ao longo do século XVIII. Além de nos revelar como a colonização não só foi capaz de destruir as estruturas sociais, mas também saquear os saberes e conhecimentos das populações colonizadas.

Referências

Fontes

LA CONDAMINE, Charles-Marie de. Viagem na América Meridional descendo o rio das Amazonas. Brasília: Senado Federal, 2000. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/1045> Acesso em 10 de agosto de 2020.

LA CONDAMINE, Charles Marie. Sur l’Arbre du Quinquina. In : Académie des sciences (France). Histoire de l'Académie Royale des Sciences, Année 1738 : Avec les Mémoires de Mathématique Et de Physique. Paris: Imprimerie Royale, 1738. P. 226-243. Disponível em: <https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k35355/f360.image.r=Histoire%20de%20l'Acad%C3%A9mie%20Royale%20des%20Sciences,%20Ann%C3%A9e%201738> Acesso em 9 de março de 2021.

Bibliografia

CANIZARES-ESGUERRA, Jorge. Como escrever a história do novo mundo. Brasil: Edusp, 2011.

CRAWFORD, Matthew. “Para desterrar las dudas y adulteraciones”: Scientific Expertise and the Attempts to Make a Better Bark for the Royal Monopoly of Quina (1751–1790). Journal of Spanish Cultural Studies, v. 8, n. 2, p. 193-212, 2007.

FISHER, John. Commercial Relations between Spain and Spanish America in the Era of Free Trade 1778-1796. Liverpool: Centre for Latin American Studies, University of Liverpool, 1985.

QUAMMEN, David. Natural acts: A sidelong view of science and nature. Laurel, 1986.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura S; Meneses, Maria P. (org). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. Pgs 84-130

NIETO OLARTE, Mauricio. Políticas imperiales en la Ilustración española: Historia natural y la apropiación del Nuevo Mundo. Historia critica, n. 11, p. 3, 1995.

NIETO OLARTE, Mauricio. Remedios para el imperio: historia natural y la apropiación del Nuevo Mundo. Ediciones Uniandes-Universidad de los Andes, 2019.

OLIVEIRA, Alfredo Ricardo Marques de; SZCZERBOWSKI, Daiane. Quinina: 470 anos de história, controvérsias e desenvolvimento. Química Nova, v. 32, p. 1971-1974, 2009.

OLIVEIRA, Flavia Preto de Godoy. Natureza Peregrina: a fauna e a flora das Índias Ocidentais nas crônicas oficiais hispânicas (1570-1620). Universidade de São Paulo. 2016.

PRATT, Mary Louise. Imperial eyes: Travel writing and transculturation. Routledge, 2007.

SAFIER, Neil. Como era ardiloso o meu francês: Charles-Marie de la Condamine e a Amazônia das Luzes. Revista Brasileira de História, v. 29, n. 57, p. 91-114, 2009.

TURRION, Maria Andres. Quina del Nuevo Mundo para la Corona. Asclepio, v. 41, n. 1, p. 305-323, 1989.

Downloads

Publicado

2025-03-30