UM EXERCÍCIO DE COMPARAÇÃO ENTRE OS ENCLAVES DE CABINDA E CASAMANCE
SEPARATISMO E NACIONALISMO NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
DOI:
https://doi.org/10.4013/rlah.2022.1128.06Palavras-chave:
Cabinda, Casamance, separatismo, nacionalismo, ÁfricaResumo
Este texto propõe um exercício de comparação entre dois casos de separatismo político presentes atualmente no continente africano: Cabinda/Angola e Casamance/Senegal. Apresenta como metodologia a observação de semelhanças e as dessemelhanças entre as duas regiões, a partir da apresentação histórica dos casos, análise da emergência dos movimentos separatistas e relação destes com luta anticolonial e projetos nacionalistas (Angola, Guiné-Bissau e Senegal). Por fim, este trabalho visa problematizar os desdobramentos dos conflitos separatistas na história recente (1980-2000), ao refletir sobre como a guerra fria relacionou-se com os processos regionais de descolonização, construção dos nacionalismos africanos e desdobramentos da guerra colonial portuguesa, apontando, por fim para a multipolaridade em torno dos interesses políticos regionais bem como seus desdobramentos ainda hoje presentes nas duas regiões.
Referências
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Eugénio Costa. O Difícil Processo de Definição de Fronteiras e Pertenças Político-identitárias no Debate de Cabinda. Cadernos de Estudos Africanos, Lisboa, n. 25, p. 65-93, 2013. Disponível em: https://journals.openedition.org/cea/849. Acesso em: 15 maio 2021.
BARRY, Boubacar. Senegâmbia: O Desafio da História Regional. Rio de Janeiro: Centro de Estudos Afro-Asiáticos/Universidade Cândido Mendes, 2000.
BEMBE, Miguel César Domingos. Partilha do Poder no Enclave Angolano de Cabinda: Modelo e Processo. 2014. 353 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais, na especialidade de Ciência Política) - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2014.
BEMBE, Miguel Domingos. Análise do Processo de Paz no Enclave de Cabinda. Cadernos de Estudos Africanos, Lisboa, n. 20, p. 27-54, 2010. Disponível em: https://journals.openedition.org/cea/140. Acesso em: 14 jun. 2021.
BEMBE, Miguel Domingos. Partilha do poder no Enclave Angolano de Cabinda: Modelo e processo. MULEMBA Revista Angolana de Ciências Sociais, v. 4, n. 8, p. 1-22, 2014. Disponível em: https://journals.openedition.org/mulemba/416. Acesso em: 22 jul. 2021.
BIRMINGHAM, David. The decolonization of Africa. London: Taylor & Francis e-Library, 2009.
BRADLEY, Mark Philip. Decolonization, the global South, and the Cold War, 1919-1962. In: LEFFLER, Melvyn P.; WESTAD, Odd Arne. The Cambridge History of The Cold War. Cambridge University Press, New York, 2010, p. 464-485.
BURTON, Eric. Hubs of decolonization. African Liberation Movements and the “Eastern” conexions em Cairo, Accra e, Dar es Salamm. In: DALLYWATER, Lena. SAUNDERS, Chris. FONSECA, Helder Adegar. Southern African Liberation Movements and the Global Cold War ‘East’: Transnational Activism 1960–1990. Berlin: De Gruyter Oldenbourg, 2019.
CASTELO, Cláudia. “O modo português de estar no mundo”: o luso-tropicalismo e a ideologia colonial portuguesa: 1933-1961. Porto: Edições Afrontamento, 1999.
COLEMAN, JS e ROSENBERG, C. Jr. Political Parties and National Integration in Tropical Africa. California: University of California Press, 1964.
DALLYWATER, Lena. SAUNDERS, Chris. FONSECA, Helder Adegar. Southern African Liberation Movements and the Global Cold War ‘East’: Transnational Activism 1960–1990. Berlin: De Gruyter Oldenbourg, 2019.
DIALLO, M. A.; FERNANDES, L. N. 2018. O conflito de Casamansa: uma questão de segurança regional na Senegâmbia. Tensões Mundiais, [S. l.], v. 7, n. 13. 117–136. <https://revistas.uece.br/index.php/tensoesmundiais/article/view/589/470 >.
DIALLO, M. A.; NUNES, Lito Fernandes. O Conflito de Casamance: uma questão de segurança regional na Senegâmbia. Tensões Mundiais (Impresso), v. 7, p. 08-22-8-22, 2012.
DIOUF, M. Sénégal: Les ethnies et la nation. França:L’Harmattan, 1994.
ELAIGWU, J.I. MAZRUI, Ali. Construção da nação e evolução das estruturas políticas. In: História geral da África, VIII: África desde 1935 / editado por Ali A. Mazrui e Christophe Wondji. Brasília: UNESCO, 2010.
FADUL, Francisco José. 2002. Casamança: Província ou Colónia?. Cadernos de Estudos Africanos, 2, 43-55.
FAYE, W. The Casamansa Separatism: from independence claim to ressources. California: Logic. NPS, 2006.
GINIO, Ruth. French colonial unmasked: the vichy years in French West Africa. Lincoln: University of Nebraska Press. 2006.
GOMES, A. R. 2016. A Guiné-Bissau no processo de resolução do conflito de Casamansa. Tese de doutoramento não publicada, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal.
LATHAM, Michael B. Decolonization, the global South, and the Cold War, 1919-1962. In: LEFFLER, Melvyn P.; WESTAD, Odd Arne. The Cambridge History of The Cold War. Cambridge University Press, New York, 2010, p. 258-280.
M’BOKOLO, Elikia. África Negra: História e Civilizações. Do século XIX aos nossos dias. Tomo II. Lisboa, Edições Colibri, 2011.
MADUREIRA, António Dias. Cabinda: de Chinfuma a Simulambuco. Lisboa, Editorial Estampa, 2001.
MANGOVO, Patrício Munengo. Angola: Governação Local e Estatuto Especial da Província de Cabinda. 2012. 326. f. Dissertação (Mestrado em Ciência Política: Cidadania e Governação) - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Faculdade de Ciência Política, Lusofonia e Relações Internacionais. Lisboa, 2012.
MANGOVO, Patrício Munengo. Os Desafios da Paz em Angola e as Dinâmicas do Conflito em Cabinda. Nação e Defesa, Lisboa, n. 131, p. 91-123, 2012.
NEUMANN, Rui. Contributo Para A Controvérsia Sobre O Tratado De Simulambuco. CEDIS Working Papers, Lisboa, n. 2, p. 1-30, out. 2017.
PINTO, Alberto Oliveira. Cabinda e as construções da sua história (1783-1887). Caxinde, 2006.
PORTUGAL. Arquivo Nacional Torre do Tombo. Independência de Cabinda. Portugal: Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, 1960-1961. Disponível em: https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=3895961. Acesso em: 12 abr. 2021.
PUNA, Miguel Maria N’Zau. Mal Me Querem. Lisboa: Guerra e Paz, 2019.
REPÚBLICA DE CABINDA. Presidência do Governo. História de Cabinda. Cabinda, [20--]. Disponível em: http://www.cabinda.org/portugues.htm. Acesso em: 18 maio 2021.
SCHOLL, C. J. A via do socialismo africano proposta por Léopold Senghor: considerações pelas lentes da história intelectual. In: Marçal de Menezes Paredes, Fabrício Antônio Antunes Soares. (Org.). História intelectual e dos conceitos: a historicidade e suas múltiplas escalas: Europa, América, África. 1ed.Passo Fundo - RS: Acervus Editora, 2020, v. , p. 211-234.
SENGHOR, L.S. Um caminho do socialismo. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1965b.
SILVA, Igor Castellano da. Congo A Guerra Mundial Africana: conflitos armados, construção do estado e alternativas para a paz. Leitura XXI, Porto Algre, 2012.
STOCKWELL, John. In Search of Enemies: a CIA story. W.W. Norton & Company Inc, New York, 1978.
SURET-CANALE e BOAHEN. A África Ocidental. In: História geral da África, VIII: África desde 1935 / editado por Ali A. Mazrui e Christophe Wondji. Brasília: UNESCO, 2010.
TRAJANO FILHO, W. 2016. O projeto nacional na Guiné-Bissau: uma avaliação. Estudos IberoAmericanos, 42(3), 913-943.
WESTAD, Odd Arne. Introduction. In: WESTAD, Odd Arne (Ed.). Reviewing the Cold War: Approaches, Interpretations, Theory. Routledge, New York, 2013, p. 1-42.

Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Latino-Americana de História- UNISINOS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelo (s) autor (es), dos direitos de publicação digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. O (s) autor (es) declara que, em caso de aceitação do artigo, a Revista Latino-Americana de História passa a ter os direitos autorais a ele referentes, que se tornarão propriedade exclusiva da Revista, sendo vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem a citação deste periódico como meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e acadêmicas, desde que citada a RLAH como fonte. Informamos que a revista possui a licença Creative Commons Attribution 3.0 License de direitos autorais.