Diplomacia Digital
como as redes sociais transformam as dinâmicas de negociação e as relações internacionais
Palavras-chave:
Diplomacia, Diplomacia digital, Redes sociais, Relações Internacionais, Resolução de ConflitosResumo
O presente artigo analisa como as redes sociais emergiram como ferramentas estratégicas capazes de transformar as dinâmicas das relações internacionais, abrangendo negociações entre Estados, entre atores estatais e não estatais, e em contextos de conflitos multilaterais. Essas plataformas, marcadas por sua escalabilidade e baixo custo, têm ampliado a transparência e a acessibilidade na comunicação diplomática, redesenhando práticas tradicionais que eram rigidamente estruturadas. Para avaliar os benefícios e desafios da diplomacia digital, a presente pesquisa possui natureza básica e abordagem qualitativa, com objetivos exploratórios e descritivos; os dados são coletados por meio de análise documental e estudos de caso, e examinados pela técnica de análise de conteúdo. Os resultados demonstram que as redes sociais democratizam o acesso ao diálogo internacional e promovem maior engajamento global, destacando-se como importantes canais para a comunicação direta e ágil. Contudo, a diplomacia digital enfrenta obstáculos significativos, como a desinformação, a vulnerabilidade à exclusão digital e os riscos de segurança cibernética. Conclui-se que, ao mesmo tempo em que as redes sociais aumentam o alcance e a eficiência da diplomacia, sua eficácia depende da integração com práticas tradicionais e de estratégias robustas para mitigar os desafios apresentados pelo ambiente digital. O estudo contribui para a compreensão das transformações em curso nas relações internacionais e oferece subsídios para o aprimoramento da governança digital no contexto diplomático.
Referências
ADESINA, Olubukola S. Foreign policy in an era of digital diplomacy. Cogent Social Sciences, v. 3, n. 1, p. 1-13, 2017. DOI: 10.1080/23311886.2017.1297175.
AL-MANSOURI, Tarfa; AL-MOHANNADI, Haya; FEROUN, Mariam. Digital diplomacy during the first 100 days: How GCC ministries of foreign affairs and ministers tweeted the blockade. QScience Connect, v. 2021, n. 2, p. 1-15, 2021. DOI: 10.5339/connect.2021.spt.1.
BAHRIEV, Bahri Kh. Russia’s digital diplomacy in Central Asia under current conditions of international relations: Opportunities and limitations. SSRN Electronic Journal, 2023. DOI: 10.2139/ssrn.4687555.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.
BJOLA, Corneliu. Diplomacy in the digital age: theoretical reflections and practical challenges. Real Instituto Elcano, ARI 113/2018, 11 out. 2018. Disponível em: https://media.realinstitutoelcano.org/wp-content/uploads/2018/10/ari113-2018-bjola-diplomacy-digital-age.pdf. Acesso em: 6 jan. 2025.
BJOLA, Corneliu; HOLMES, Marcus (Eds.). Digital diplomacy: theory and practice. 1st ed. New York: Taylor and Francis, 2015.
BRANTES, Daniel; GIOVANNINI, Cristiane; GROMOVA, Elizaveta A.; FERREIRA, Jorge. Arbitration chambers and technology: Witness tampering and perceived effectiveness in videoconferenced dispute resolution proceedings. International Journal of Law and Information Technology, v. 31, p. 75-90, 2023. DOI: 10.1093/ijlit/eaad012.
BRASIL. Decreto nº 56.435, de 8 de junho de 1965. Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 5539, 11 jun. 1965.
BURT, Sally K. President Obama and China: Cyber diplomacy and strategy for a new era. Journal of Cyber Policy, v. 8, n. 1, p. 48-66, 2023. DOI: 10.1080/23738871.2023.2282688.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2009. (A era da informação: economia, sociedade e cultura; v. 1).
CASTELLS, Manuel. Communication power. Oxford: Oxford University Press, 2009.
CRESWELL, J. W. Research Design: Qualitative, Quantitative, and Mixed Methods Approaches. Thousand Oaks: SAGE Publications, 2014.
GÓMEZ-MORENO, Juan Pablo. Advocacy for online proceedings: Features of the digital world and their role in how communication is shaped in remote international arbitration. International Journal for the Semiotics of Law, v. 37, p. 865-885, 2024. DOI: 10.1007/s11196-023-10041-y.
HEDLING, Elsa; BREMBERG, Niklas. Practice approaches to the digital transformations of diplomacy: Toward a new research agenda. International Studies Review, v. 23, p. 1595-1618, 2021. DOI: 10.1093/isr/viab027.
JEZIERSKA, Katarzyna. Incredibly loud and extremely silent: Feminist foreign policy on Twitter. Cooperation and Conflict, v. 57, n. 1, p. 84-107, 2022. DOI: 10.1177/00108367211000793.
KRETSCHMER, Lisa-Maria. Imagine there is war and it is tweeted live: An analysis of digital diplomacy in the Israeli-Palestinian conflict. Global Media Journal, German Edition, v. 7, n. 1, p. 1-19, 2017. URN: nbn:de:gbv:547-201700104.
MANFREDI SÁNCHEZ, Juan Luis. Hacia una teoría comunicativa de la diplomacia pública. Comunicación y Sociedad, v. XXIV, n. 2, p. 199–225, 2011. Disponível em: https://dadun.unav.edu/handle/10171/27282. Acesso em: 6 jan. 2025.
MANOR, Ilan. How will #Digital Disappointment influence digital #diplomacy. Disponível em: https://digdipblog.com/2016/11/19/how-will-digital-disappointment-influence-digital-diplomacy/. Acesso em: 6 jan. 2025.
MANOR, Ilan; CRILLEY, Rhys. Israel-Gaza conflict 2014: a case study in digital diplomacy. Global Policy, v. 9, n. 4, p. 486–495, 2018. DOI: 10.1111/1758-5899.12665.
MANOR, Ilan; CRILLEY, Rhys. Visually framing the Gaza War of 2014: The Israel Ministry of Foreign Affairs on Twitter. Media, War & Conflict, v. 11, n. 4, p. 369-391, 2018. DOI: 10.1177/1750635218780564.
MANOR, Ilan; PAMMENT, James. Towards prestige mobility? Diplomatic prestige and digital diplomacy. Cambridge Review of International Affairs, v. 32, n. 2, p. 93-131, 2019. DOI: 10.1080/09557571.2019.1577801.
MAULANA, Yusril Ihza; FAJAR, Irfan. Analysis of cyber diplomacy and its challenges for the digital era community. IAIC Transactions on Sustainable Digital Innovation (ITSDI), v. 4, n. 2, p. 169-177, 2022. Disponível em: http://aptikom-journal.id/index.php/itsdi/article/view/587.
MUÑOZ-SASTRE, Daniel; RODRIGO-MARTÍN, Isabel; RODRIGO-MARTÍN, Luis. El papel de las redes sociales en la ciberdiplomacia dentro del contexto del 5G. Janus.net, e-journal of International Relations, v. 12, n. 1, p. 4-20, 2021. DOI: 10.26619/1647-7251.DT21.1.
OSADCHIY, Maxim; SANTINI, Erika; MCILWRATH, Michael. Are arbitral institutions using artificial intelligence? The state of play in adopting AI. Kluwer Arbitration Blog, 2024. Disponível em: https://arbitrationblog.kluwerarbitration.com/2024/05/08/are-arbitral-institutions-using-artificial-intelligence-the-state-of-play-in-adopting-ai/.
RASHICA, Viona. The benefits and risks of digital diplomacy. SEEU Review, Tetovo, v. 13, n. 1, p. 75-91, 2018. DOI: 10.2478/seeur-2018-0008.
WRIGHT, Katharine AM. Telling NATO’s story of Afghanistan: Gender and the alliance’s digital diplomacy. Media, War & Conflict, v. 12, n. 1, p. 87-101, 2019. DOI: 10.1177/1750635217730588.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista de Direito da Empresa e dos Negócios

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Concedo à Revista de Direito da Empresa e dos Negócios o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e se foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista de Direito da Empresa e dos Negócios acima explicitadas.