Superagendamento e mídias sociais: uma proposta conceitual
Parole chiave:
agenda-setting, comunicação, gatewatching, mídias sociai, superagendamento.Abstract
A hipótese/teoria do agenda-setting vem sendo debatida desde a década de 1970, quando da sua criação por Maxwell McCombs e Donald Shaw. Contudo, sua formulação original dizia respeito à ação daqueles hoje chamados meios de comunicação de massa, considerando especialmente duas esferas: o agendamento dos próprios meios e o cotidiano da audiência. Este artigo tem como objetivo propor uma delimitação conceitual acerca de fenômeno contíguo possibilitado pelo avançar das mídias sociais: o superagendamento, a transposição da conversa cotidiana sobre aquilo que se considera mais importante veiculado pelos meios de comunicação para o ambiente dos próprios meios técnicos, pela ação de seus usuários, levando em consideração três aspectos referentes ao agendamento: acumulação, consonância e onipresença.
A pesquisa tem natureza teórica e se constrói essencialmente a partir de revisão
bibliográfica e observação de dados empíricos fornecidos pelo DAPP Report, da Sala de Democracia Digital da Fundação Getúlio Vargas. Conclui-se que há evidências do processo de superagendamento.
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