Fábricas e máquinas recuperadas: experiências de adequação sociotécnica no Brasil e na Argentina

Autores/as

  • Rafael de Brito Dias Faculdade de Ciências Aplicadas - Universidade Estadual de Campinas
  • Rafael de Almeida Martarello Faculdade de Ciências Aplicadas - Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.4013/otra.2016.1019.07

Resumen

No mundo contemporâneo, a tecnologia é geralmente considerada um elemento fundamental para a formação das relações sociais. Para diversos autores, ela é reconhecida também como instrumento político, por meio do qual as relações de poder são preservadas e transformadas. O presente estudo situa-se nessa tradição e tem como objeto de análise alguns dos processos por meio dos quais se modificam as estruturas de propriedade dos meios de produção, bem como os resultados dessas mudanças, no âmbito da Economia Solidária. Por meio de revisão bibliográfica, entrevistas e visitas (realizadas em 2014 e 2015), foram estudadas duas fábricas recuperadas, uma no Brasil (Flaskô) e outra na Argentina (CAFLA), para averiguar a existência de processos de modificações, realizadas pelos trabalhadores, na tecnologia e na gestão dessas duas fábricas, associados a estratégias de “adequação sociotécnica”. Observamos a existência de vários exemplos de reprojetamento tecnológico com a finalidade de tornar a forma de produzir mais aderente aos princípios da autogestão, do cooperativismo e da Economia Solidária. A pesquisa mostrou que experiências relevantes em termos de adequação sociotécnica em fábricas recuperadas têm sido desenvolvidas na América Latina. Permitiu, ademais, a verificação da existência de inovações tecnológicas em arranjos produtivos que fogem do padrão tipicamente associado ao modelo de empresas capitalistas.

Palavras-chave: fábricas recuperadas, economia solidária, adequação sociotécnica.

Biografía del autor/a

Rafael de Brito Dias, Faculdade de Ciências Aplicadas - Universidade Estadual de Campinas

Rafael de Brito Dias é professor da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas, Campus de Limeira. Atua no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (CAPES 3) e no Programa de Pós-Graduação em Política Científica e Tecnológica (CAPES 6), ambos na Unicamp. É Coordenador do Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (CHS) e do GAPI (Grupo de Análise de Políticas de Inovação). É membro do Conselho Orientador da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) da Unicamp. Realizou estágio pós-doutoral junto ao Science Policy Research Unit (SPRU), da Universidade de Sussex, Reino Unido (2016). É doutor em Política Científica e Tecnológica pela Unicamp (2009), com período de estágio no Georgia Institute of Technology (2009), e Mestre em Política Científica e Tecnológica pela Unicamp (2005). É graduado em Economia pela Facamp (Faculdades de Campinas, 2003). Tem experiência nas áreas de Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia, Estado e Políticas Públicas e Economia Industrial, atuando principalmente nos seguintes temas: ciência, tecnologia e poder; tecnologia e democracia; construção social da tecnologia; efeitos sociais das novas tecnologias; economia da inovação; política científica e tecnológica comparada; Análise de Políticas Públicas; tecnologias para a inclusão social; e educação em ciência, tecnologia e sociedade.

Rafael de Almeida Martarello, Faculdade de Ciências Aplicadas - Universidade Estadual de Campinas

Gestor de Políticas Públicas pela Universidade Estadual de Campinas (FCA/Unicamp 2015), Campus Limeira. Atualmente é Mestrando no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp e graduando em Administração pela Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp. É também integrante do Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (CHS) e concentra seus estudos em ciência e tecnologia, administração pública e obsolescência programada . Tem experiência com fábricas recuperadas por seus trabalhadores (FRs), administração de empresas e políticas públicas

Publicado

2016-09-22

Número

Sección

Economía Social y Solidaria: experiencias y sujetos