Revisão sobre o fenômeno da hibridização em cetáceos e pinípedes
DOI:
https://doi.org/10.4013/nbc.2012.73.06Resumo
O hibridismo é resultado do cruzamento entre indivíduos com conjuntos gênicos diferentes e isolados considerados como espécies que geram prole, frequentemente, infértil. As consequências evolutivas desse fenômeno dependem da aptidão, frequência de ocorrência do híbrido, mecanismos de isolamento reprodutivo e processos de especiação que envolvem as espécies parentais. Nos mamíferos, híbridos têm sido registrados em espécies aquáticas e terrestres, ocorrendo frequentemente em cativeiro e na natureza. Nesse sentido, esta revisão bibliográfica teve como objetivo verificar os casos de híbridos ocorridos em cetáceos e pinípedes publicados na literatura científica entre 1940 e 2010. Ao todo, foram encontrados 1.201 híbridos formalmente reportados em 37 publicações. Para os cetáceos, foram registrados 57 híbridos (natureza = 27; cativeiro = 30) e para os pinípedes, 1.144 híbridos (natureza = 1.137; cativeiro = 7). Uma possível explicação para esse fenômeno em vida livre seria a proximidade filogenética e a potencial falta de parceiros reprodutivos nas espécies que tiveram suas populações reduzidas devido à caça comercial ocorrida no passado. Esse fato é válido para os pinípedes, mas especialmente verdadeiro para a baleia-azul, Balaenoptera musculus. No caso dos pinípedes, também é importante ressaltar que cerca de 99% dos híbridos ocorreram nas ilhas subantárticas e em colônias reprodutivas simpátricas, o que facilitaria a hibridização. Como resultado deste fenômeno pode-se mencionar a potencial depressão por exocruzamento, fato que pode levar à perda de variabilidade genética, diminuição do potencial evolutivo e aumento no risco de extinção.
Palavras-chave: mamíferos aquáticos, Cetartiodactyla, Carnivora, híbridos, depressão por exocruzamento, ameaça à conservação.
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