Galhas de insetos em habitats xérico e mésico em região de transição Cerrado-Caatinga no norte de Minas Gerais, Brasil

Autores

  • Giovana Rodrigues Luz Universidade Estadual de Montes Claros
  • Geraldo Wilson Fernandes Universidade Federal de Minas Gerais
  • Jhonathan Oliveira Silva Universidade de Brasilia
  • Frederico Siqueira Neves Universidade Federal de Minas
  • Marcilio Fagundes Universidade Estadual de Montes Claros

DOI:

https://doi.org/10.4013/nbc.2012.73.04

Resumo

Galhas são modificações morfológicas provocadas por endoparasitas, principalmente insetos, em tecidos vegetais. Várias hipóteses têm sido propostas para explicar os padrões observados para a riqueza de galhas. Nesse cenário, testou-se a hipótese do estresse ambiental, que prediz que a riqueza de galhas é maior em habitats xéricos quando comparados a habitats mésicos, além de descrever a riqueza de galhas induzidas por insetos sobre suas plantas hospedeiras em habitats de transição Cerrado-Caatinga. A amostragem de galhas e plantas hospedeiras foi realizada por meio de caminhadas ao longo de cinco transectos, com duração de uma hora cada, em cada um dos três habitats adjacentes (cerrado, mata ciliar e mata seca). Foram observadas 98 morfoespécies de galhas sobre 70 espécies de plantas (20 famílias). A riqueza de galhas foi maior em habitats xéricos (cerrado e mata seca) quando comparados ao habitat mésico (mata ciliar). Foi verificada uma variação significativa quanto à riqueza de galhas em função do táxon indutor, ocorrendo uma maior riqueza de galhas formadas por insetos da ordem Diptera (família Cecidomyiidae). No geral, todos os táxons indutores de galhas apresentaram maior riqueza em habitats xéricos do que no habitat mésico. A folha foi o órgão vegetal mais atacado na mata ciliar e no cerrado, enquanto o caule foi o órgão mais atacado na mata seca. Apesar de existir menor disponibilidade de sítios para oviposição por galhadores na mata seca durante o período seco, foi encontrada maior riqueza de galhas nesse ambiente, quando comparado à mata ciliar, corroborando, portanto, a hipótese do estresse ambiental. Possivelmente, na mata seca existiu forte pressão evolutiva de galhadores sobre órgãos continuamente expostos durante o tempo ecológico. Entretanto, ressalta-se a necessidade de estudos mais amplos sobre os mecanismos responsáveis pela performance diferencial de galhadores em regiões de transição, particularmente entre o Cerrado e a Caatinga.

Palavras-chave: Cerrado, floresta tropical seca, hipótese do estresse ambiental, insetos galhadores, plantas hospedeiras.

Biografia do Autor

Giovana Rodrigues Luz, Universidade Estadual de Montes Claros

Laboratório de Ecologia & Propagação Vegetal/Departamento de Biologia Geral

Geraldo Wilson Fernandes, Universidade Federal de Minas Gerais

Ecologia Evolutiva & Biodiversidade/Departamento de Biologia Geral

Jhonathan Oliveira Silva, Universidade de Brasilia

Laboratório de Interações Tri-tróficas/Departamento de Ecologia

Frederico Siqueira Neves, Universidade Federal de Minas

Laboratório Ecologia de insetos e conservação/Departamento de Biologia Geral

Marcilio Fagundes, Universidade Estadual de Montes Claros

Laboratório de Biologia da Conservação/Departamento de Biologia Geral

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Publicado

2012-09-18

Edição

Seção

Artigos