Demócrito e a retórica: elogio ou censura?

Autores

  • Miriam C. D. Peixoto

Resumo

Contemporâneo dos primeiros sofistas, Demócrito de Abdera não permaneceu insensível ao movimento que, na época clássica, atribuiu um lugar privilegiado à palavra e colocou em evidência o poder da retórica no interior da cidade. Compartilhava a opinião dos sofistas que emprestavam à palavra um poder infinito? Ou, antes, se alinhava a Platão distinguindo a má e a boa retórica? À questão elogio ou censura, Demócrito responde postulando as virtudes sem as quais não seria possível servir- se da palavra com bom êxito, neutralizando seus efeitos nefastos e tirando proveito de sua potência.O núcleo de seu pensamento relativo ao discurso persuasivo consiste em uma avaliação de sua eficácia não pelas suas qualidades estilísticas, mas pelo seu alcance moral. Assim fazendo, faz eco à crítica do discurso formulada por Górgias (Elogio de Helena) e, um século antes de Platão, esboça uma análise do ponto de vista de suas conseqüências morais. Três aspectos sobressaem: 1) o uso da palavra é superior ao uso da força; 2) a ação é superior à palavra; 3) a boa medida do discurso é própria ao sábio.

Palavras-chaves: Demócrito, Palavra, Ação, Ética.

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Publicado

2021-06-03

Como Citar

PEIXOTO, M. C. D. Demócrito e a retórica: elogio ou censura?. Filosofia Unisinos, São Leopoldo, v. 5, n. 8, p. 105–121, 2021. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/filosofia/article/view/6541. Acesso em: 6 maio. 2025.

Edição

Seção

Artigos