A natureza humana entre a necessidade e a liberdade
Resumo
O fragmento DK 68 B 33, atribuído a Demócrito de Abdera, diz: “Natureza e educação são quase semelhantes (he physis kai hê didachê paraplêsion esti). Pois, com efeito, a educação transforma o homem (he didachê metarhysmoi tôn anthrôpôn), e essa transformação produz natureza (metarhysmousa de physiopoiei).” A imagem que nos oferece o filósofo acerca da educação como atividade produtora da natureza faz eco à sua concepção de um mundo regido, ao mesmo tempo, pela necessidade e pela liberdade. Necessários são os átomos e o vazio, o movimento dos átomos no vazio ou nos compostos atômicos. A subsistência do vazio nos corpos compostos explica o resíduo de indeterminação que minimiza o determinismo atomista. No makrokosmos assim como nos mikrokosmoi a mesma estrutura e os mesmos processos se repetem. Um universo em permanente reordenação (palin diakosmêsis). O ser humano não escapa a essa regra: as figuras atômicas que configuram sua alma lhe conferem uma ainda maior predisposição à transformação. Neste artigo examinamos alguns testemunhos e fragmentos recolhidos por H. Diels em seu Die Fragmente der Vorsokratiker que nos possibilitam compreender de que modo Demócrito concebia a natureza humana face à liberdade e à necessidade.
Palavras-chave: Demócrito, natureza humana, liberdade, necessidade.Downloads
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