Aristóteles e as teorias pré-platônicas de percepção sensorial e conhecimento
DOI:
https://doi.org/10.4013/4648Resumo
Este artigo é uma tentativa de entender a polêmica afirmação – que, se entendida literalmente, está evidentemente errada – de Aristóteles de que os pensadores antigos deixaram globalmente de distinguir o pensamento e conhecimento da sensação. Como tentarei mostrar, o que esses pensadores não tinham, na opinião de Aristóteles, era seu próprio conceito de intelecto (noûs) como uma faculdade mental distinta e correlativa a formas (eide). Não tendo um conceito de “formas” (causas formais e finais), os pensadores pré-platônicos, na compreensão de Aristóteles, só podiam conceber processos cognitivos como “alterações”, isto é, num nível meramente físico de descrição, o que os tornava incapazes de explicar a diferença entre a verdade e o erro: por causa disso, sustenta Aristóteles em Met. ? 5, eles prepararam, sem querer, o caminho para o relativismo de Protágoras. Esta reconstrução também nos permitirá ter uma compreensão mais coerente de algumas das críticas feitas por Aristóteles a Parmênides e Melisso. Por fim, destacarei brevemente algumas analogias e diferenças entre a teoria da cognição de Aristóteles e teorias funcionalistas da filosofia da mente contemporânea.
Palavras-chave: Aristóteles, pré-socráticos, teoria do conhecimento, percepção sensorial, relativismo, Parmênides, fi losofi a da mente.Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Concedo a revista Filosofia Unisinos – Unisinos Journal of Philosophy o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.