A redução fenomenológica de Merleau-Ponty
Uma leitura dos capítulos introdutórios de “a fenomenologia da perceção”
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2025.263.07Palavras-chave:
Merleau-Ponty, Husserl, fenomenologia, redução fenomenológica.Resumo
Neste artigo procuro contrariar a ideia de que Merleau-Ponty, em “A fenomenologia da perceção”, renuncia por completo à realização de uma ‘redução fenomenológica’. Mostro que Merleau-Ponty não só não rejeita a redução fenomenológica, como os capítulos da secção introdutória consistem precisamente na sua realização. A redução fenomenológica de Merleau-Ponty tem, portanto, como ponto de partida a crítica à noção de sensação. A redução fenomenológica de Merleau-Ponty difere, no entanto, da redução fenomenológica husserliana. Enquanto que, para Husserl, realizar a redução significava suspender a nossa adesão imediata à crença na existência no mundo, para Merleau-Ponty a redução fenomenológica consiste num retorno ao ‘imediato’, ao ‘mundo da vida’ ou ‘campo fenomenal’. Não é possível, portanto, reconduzir, por sua vez, este ‘campo fenomenal’ à sua constituição no interior de uma consciência transcendental. Concluiremos que a razão para a diferença na conceção e realização da redução fenomenológica entre Husserl e Merleau-Ponty está precisamente relacionada com modo como o último concebe o sujeito. O corpo-sujeito de Merleau-Ponty é essencialmente opaco para si mesmo e, portanto, nunca se pode reconstituir em transparência o modo como constitui ou se abre ao mundo.
Downloads
Métricas
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Luís Aguiar de Sousa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Concedo a revista Filosofia Unisinos – Unisinos Journal of Philosophy o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.








