A práxis hermenêutica como exercício da virtude da sabedoria prática
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2023.242.10Palavras-chave:
hermenêutica, sabedoria prática, práxis, virtude, Gadamer.Resumo
Ao se apropriar da phronesis de Aristóteles e integrá-la à estrutura da hermenêutica filosófica, Gadamer acaba por apontar para sua dimensão ética. Consciente das infindáveis controvérsias sobre o conceito de phronesis em Aristóteles, neste artigo proponho tomá-lo como sabedoria prática, inerente à teoria e à prática hermenêutica. A sua concretização institui uma virtude que possibilita a conquista da felicidade, a fixação do sentido e o crescimento do nosso modo de ser e de agir. Para tanto, inicialmente exploro a noção de phronesis como modelo estrutural da hermenêutica gadameriana. Em seguida, justifico a práxis da hermenêutica como exercício da virtude da sabedoria prática, pois é um exercício circular deliberativo entre meios e fins. Assim como o phronimos, o hermeneuta busca compreender o real a fim de fomentar um ethos destinado a estabelecer harmonia, responsabilidade mútua e eudaimonia. A título de ilustração, relaciono o texto com as posturas hermenêuticas de Tirésias e Haimon, que criticam Creonte por ser insensato. São representantes exemplares da necessidade de ponderar circularmente meios e fins, de ter discernimento, de levar a sério que outros possam ter boas ideias para a instituição de um ethos mais harmonioso e feliz. Ao final apresento implicações dessa reflexão e destaco o fato dela fazer parte da fundamentação da hermenêutica ética, que constitui o foco de minha pesquisa sobre a tradição hermenêutica.
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