A pena e a narrativa
identidade, dor e suspensão do self entre Harry Potter e o sistema penal contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.4013/con.2025.212.09Palavras-chave:
Identidade narrativa. Punição. Ética. Literatura. Paul Ricœur.Resumo
Este artigo propõe uma análise filosófico-narrativa do poder punitivo contemporâneo, a partir da articulação entre teoria da identidade narrativa de Paul Ricœur e formas simbólicas de imposição de identidade pelo sofrimento. Partindo da cena em que Harry Potter é forçado a reescrever frases na própria pele sob dor — como imposição autoritária de uma verdade que não reconhece —, discutimos como a narrativa punitiva moderna, exemplificada pelo sistema prisional, atua como suspensão do self: não apenas limitando a liberdade, mas interditando o direito de narrar-se. Utilizando aportes de Ricœur, Foucault, Judith Butler e estudos sobre memória e trauma, argumenta-se que a dor reiterada sem escuta não reabilita, mas cristaliza uma identidade imposta. Propõe-se, ao fim, uma ética da escuta e da palavra como possibilidade de resistência simbólica à narrativa única do crime e da culpa.
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