Algumas reflexões sobre as implicações da mudança climática para a teorização política

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4013/con.2025.212.13

Palavras-chave:

Antropoceno. Teoria Política Contemporânea. Justiça Climática. Transição Energética Justa. Liberdade e Sustentabilidade.

Resumo

Este artigo examina como a mudança climática e a entrada no Antropoceno desafiam os fundamentos da teoria política contemporânea. A partir do diagnóstico de que a estabilidade climática do Holoceno vem sendo corroída pela ação humana, argumenta-se que ideias como liberdade, democracia e progresso precisam ser repensadas à luz dos limites planetários. Dialogando com Crutzen, Charbonnier, Vanderheiden e Dryzek, o texto: (i) identifica a raiz produtivista do Antropoceno e seus efeitos sobre a teorização política; (ii) mapeia conflitos distributivos domésticos e globais — justiça ambiental, justiça climática e transição energética justa —, evidenciando assimetrias de responsabilidade e vulnerabilidade; e (iii) analisa os méritos e limites do modelo da “tragédia dos comuns” como chave interpretativa da crise climática. Conclui que uma teoria política adequada ao nosso tempo deve reconhecer a interdependência entre sistemas humanos e naturais, incorporar perspectivas global e intergeracional de justiça e oferecer critérios normativos capazes de orientar respostas coletivas sem reproduzir desigualdades históricas.

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Publicado

2025-08-27

Como Citar

CAMARGO FILHO, U. F. de. Algumas reflexões sobre as implicações da mudança climática para a teorização política. Controvérsia (UNISINOS) - ISSN 1808-5253, São Leopoldo, v. 21, n. 2, p. 194–214, 2025. DOI: 10.4013/con.2025.212.13. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/controversia/article/view/28426. Acesso em: 28 ago. 2025.