O elogio aos “tumultos” na teoria política de Maquiavel
DOI:
https://doi.org/10.4013/con.2024.203.09Palavras-chave:
Teoria do conflito. Tumultos. Discursos. Maquiavel.Resumo
Entre as questões medulares que estruturam a filosofia política de Maquiavel observadas nos Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio, verifica-se, por um lado, o secretário florentino confrontando diretamente as reflexões políticas suscitadas pelos gregos, romanos e humanistas cívicos acerca do valor da concórdia no âmbito político. E, por outro, ao promover esse confronto em relação à disseminada ideia de concórdia, apresenta a defesa, logo nos primeiros capítulos, de uma tese fadada a gerar alvoroço, a saber, a de que “a desunião entre a plebe e o senado romano tornou livre e poderosa a república romana” (Discursos, I, 4). Trata-se de uma das teses mais ilustres e originais do pensamento de Maquiavel, mas, concomitantemente, uma das mais controversas dentro do panorama da história do pensamento político. Nesse sentido, Maquiavel difunde uma teoria política na qual a existência de “tumultos” se inscreve como resultado da forma política com maior capacidade de manter a virtù da república. Com efeito, nota-se no pensamento de Maquiavel um elogio acerca da forma política que provoca o conflito. Partindo dessa constatação, pretende-se neste artigo: analisar alguns aspectos da teoria política de Maquiavel, que se contrapõe à noção de concórdia cívica; valorizar a questão dos “tumultos” romanos e compreender como eles se inserem na órbita da referida teoria.
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