Projeto de lei "Escola sem partido":

a proibição do dissenso como consequência da crise da representatividade e da produção do consenso na democracia contemporânea

Autores

  • Og Almeida Campos Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

democracia, representatividade, escola sem partido, liberdade de cátedra, imperialismo científico

Resumo

Este estudo nasce de uma investigação sobre a crise da representatividade política e a produção do consenso na democracia contemporânea, motivo pelo qual investigou a proibição do dissenso crítico no Projeto de Lei denominado “escola sem partido”. Com efeito, o artigo explorará a economia como sendo uma categoria política, a produção do consenso e a função da tecnotrônica na promoção de um novo imperialismo. Será explorado ainda como o modus operandi da ascensão das grandes economias e a ordem democrática se inverteram, assim como esses fenômenos serem pertinentes ao Brasil, que passa pela sua própria “crise da representatividade”. Será ainda proposta a aplicação dos resultados dos estudos em um caso concreto, a saber, o Projeto de Lei que tramita no Congresso Nacional, como uma tentativa clara de afastar críticas políticas da formação dos estudantes brasileiros, portanto, carecendo de sustentação política, filosófica e jurídica. Por fim, o estudo pugna por uma defesa dos professores brasileiros e conclui pela necessidade de devolver o protagonismo democrático para o povo.

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Publicado

2021-12-29

Como Citar

ALMEIDA CAMPOS, O. Projeto de lei "Escola sem partido":: a proibição do dissenso como consequência da crise da representatividade e da produção do consenso na democracia contemporânea. Controvérsia (UNISINOS) - ISSN 1808-5253, São Leopoldo, v. 17, n. 3, p. 123–145, 2021. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/controversia/article/view/20863. Acesso em: 29 abr. 2025.