Neoliberalismo: uma crítica a seus pressupostos antropológicos

Autores

  • Bruno Reikdal Lima Universidade Federal do ABC

Palavras-chave:

neoliberalismo, economistas neoclássicos, racionalidade

Resumo

O presente artigo tem como objetivo expor os pressupostos antropológicos, ou seja, a concepção de quem é o humano, assumidos pelos autores neoliberais para justificar seus programas e receituários. Ao invés de discutir primeiramente os efeitos econômicos e políticos dos programas neoliberais que emergem a partir dos anos de 1980 tanto em países periféricos como os latino-americanos, quanto em centrais como os Estados Unidos e a Inglaterra, pretendemos apresentar as bases teóricas assumidas por neoliberais como Hayek e Friedman, que tornam possível a sustentação desses projetos. Para tal, apresentaremos primeiramente um rápido histórico de advento do neoliberalismo para, em seguida, apresentar como este assume dos economistas neoclássicos a necessidade de os agentes econômicos atuarem coordenando meios para obter um fim eleito por preferências. Nesse ínterim, discutiremos como este conteúdo só pode ser aceito se determinada concepção antropológica é assumida concomitantemente. Por fim, faremos uma reflexão sobre tensões do receituário neoliberal com seus pressupostos na América Latina. Devemos ter em conta, contudo, que dado o escopo e o caráter sumário de nossa argumentação, não proporemos uma concepção antropológica alternativa, deixando esse passo crítico para outro momento, resguardando-nos a indicar referências para tal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruno Reikdal Lima, Universidade Federal do ABC

Doutorando em Economia Política Mundial (UFABC), Mestre em Filosofia (UFABC), Graduado em Filosofia (CUSC), Formado em Teologia (ICEC)

Referências

BAUTISTA, Juan José. Hacia la Descolonización de la ciencia social latinoamericana. Rincón Ediciones: La Paz - Bolivia, 2012.

DAIN, Sulamis. "Prefácio". In: SOARES, Laura Tavares Ribeiro. Ajuste neoliberal e desajuste social na América Latina. CLACSO/Editora Vozes: Petrópolis - RJ, 2001.

DRAPER, Melissa Crane; SCHULTZ, Jim [edt.]. Desafiando la globalización: Histórias de la experiencia boliviana. Plural Editores: La Paz - Bolivia, 2008

DUSSEL, Enrique. El humanismo helénico. Editorial Universitária de Buenos Aires: Buenos Aires - Argentina, 1975.

_____. Ética de la liberación en la edad de la globalización y la exclusión. Editorial Trotta: Madrid - Espanha, 1998.

_____. La producción teórica de Marx: un comentário a los “Grundrisse”. 2ª Edição. Siglo XXI: Bogotá – Colômbia, 1996.

FRIEDMAN, Milton. Capitalismo e liberdade. Abril: São Paulo – SP, 1984.

FRIEDMAN, Milton; FRIEDMAN, Rose. Livre para escolher. Tradução: Ligia Filgueiras. 4ª edição. Editora Record: Rio de Janeiro - RJ, 2017.

FURTADO, Celso. Criatividade e dependência da civilização industrial. Companhia das Letras: São Paulo - SP, 2008.

_____. O mito do desenvolvimento econômico. 6ª edição. Paz e Terra: São Paulo - SP, 1983.

GONÇALVES, Walter. Os (des)caminhos do meio ambiente. Contexto: São Paulo - SP, 2006.

HARVEY, David. O neoliberalismo: história e implicações. Trad.: Adail Sobral. Edições Loyola: São Paulo – SP, 2008.

HAYEK, Friedrich A. O caminho da servidão. 5ª ed. Trad.: Anna Maria Capovilla et. al. Instituto Liberal: Rio de Janeiro, 1991.

HERRERA, Rémy. “La teoría económica neoliberal y el desarrollo”. In: MR: vol. 158, n. 1, maio de 2006, pp. 55-69.

HINKELAMMERT, Franz. A maldição que pesa sobre a Lei: as raízes do pensamento crítico em Paulo de Tarso. Paulus: Sâo Paulo - SP, 2012.

_____. Coordinación social del trabajo: mercado y reproducción dela vida humana. DEI: San José - Costa Rica, 2001.

_____. La vida o el capital: el grito del sujeto vivo y corporal frente a la ley del mercado. CLACSO/ALAS: Buenos Aires - Argentina, 2017.

HINKELAMMERT, Franz.; MORA, Henry. Hacia una economia politica para la vida. DEI: San José - Costa Rica, 2005.

LIMA, Bruno Reikdal. Fetichização do poder como fundamento da corrupção: uma proposta a partir da filosofia latino-americana de Enrique Dussel. Editora Fi: Porto Alegre - Rio Grande do Sul, 2018.

MARX, Karl. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. Tradução: Mario Duayer e Nélio Schneider. Boitempo: São Paulo – SP, 2011.

_____. O Capital: crítica da economia política - Tomo II: Coleção "Os Economistas". Tradução: Régis Barbosa e Flávio R. Kothe. Editorial Nova Cultural: São Paulo - SP, 1996.

NUNES, António José Avelãs. Uma introdução à economia política. Quartier: São Paulo - SP, 2007.

ODE. "Bolivia water management: a tale of three cities". In: Precis: World Bank Operations Evaluation Department: Washington - EUA, Primavera de 2002, n. 222, 2002

PREBISCH, Raul. Capitalismo periférico: crisis y transformación. Fondo de Cultura: Ciudad de México - México, 1981.

SHULTZ, Jim. "La guerra del agua em Cochabamba y sus secuelas". In: DRAPER, Melissa Crane; SCHULTZ, Jim [edt.]. Desafiando la globalización: Histórias de la experiencia boliviana. Plural Editores: La Paz - Bolivia, 2008.

SOARES, Laura Tavares Ribeiro. Ajuste neoliberal e desajuste social na América Latina. CLACSO/Editora Vozes: Petrópolis - RJ, 2001.

SUNG, Jung Mo. Economia y neoliberalismo: una economia sin corazon. DEI: San José - Costa Rica, 1993.

WALLERSTEIN, Immanuel. O fim do mundo como o concebemos: ciência social para o século XXI. Tradução: Renato Aguiar. Revan: Rio de Janeiro - RJ, 2002.

WEBER, Max. Textos selecionados: Coleção "Os Pensadores". Tadução Maurício Tragtenberg, Waltensir Dutra, Calógeras A. Ajuaba, M. Irene de Q. F. Smzercsányi e Tamás J. M. K. Szmercsányi. Editora Nova Cultural: São Paulo - SP, 1997.

ZANATTA, Loris. Uma breve história da América Latina. Cultrix: São Paulo – SP, 2017.

Downloads

Publicado

2019-12-18

Como Citar

LIMA, B. R. Neoliberalismo: uma crítica a seus pressupostos antropológicos. Controvérsia (UNISINOS) - ISSN 1808-5253, São Leopoldo, v. 15, n. 3, p. 03–25, 2019. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/controversia/article/view/19003. Acesso em: 29 abr. 2025.

Edição

Seção

Artigos