Considerações sobre as implicações éticas do criacionismo segundo o pensamento de Agostinho

Autores

  • Matheus Jeske Vahl Universidade Federal de Pelotas

Palavras-chave:

Deus, mundo, homem, natureza.

Resumo

Em Agostinho o conceito de criação aparece na qualidade de um fundamento que estabelece os níveis de coerência de sua argumentação. Ele estabelece que o mundo não é eterno, mas criado intencionalmente por um ser voluntarioso que atua em sua conservação e desenvolvimento – Deus. O homem é o ente que tem o privilégio de ser imagem e semelhança de Deus, portanto, racional e livre. Tal condição lhe dá a capacidade de alterar e transgredir a Ordem em que a realidade está estabelecida, o que lhe torna o único responsável pela presença do mal nela. O homem, portanto, é o único ente que tem uma relação ética com o criador, relação esta que passa a estar marcada pela justiça divina que faz não apenas com que o homem responda pelo mal cometido, mas também que ele seja perdoado e recuperado.

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Biografia do Autor

Matheus Jeske Vahl, Universidade Federal de Pelotas

Realizei minhas graduações em Filosofia e Teologia na Universidade Católica de Pelotas, tornei-me mestre pela Universidade Federal de Pelotas onde defendi dissertação sob o tema: "fundamentos da ética em Agostinho" sob orientação do professor Dr. Sérgio Strefling. Em 2015 ingressei no doutorado da PUC/RS com o tema: A dinâmica da justiça na obra de Agostinho", sob orientação do Prof. Dr. Roberto Pich, com quem trabalhei na pesquisa sobre a Filosofia Colonialis. Em 2016 regressei ao doutorado da Ufpel com o mesmo projeto de tese.

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Publicado

2018-05-15

Como Citar

VAHL, M. J. Considerações sobre as implicações éticas do criacionismo segundo o pensamento de Agostinho. Controvérsia (UNISINOS) - ISSN 1808-5253, São Leopoldo, v. 14, n. 1, p. 52–64, 2018. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/controversia/article/view/15821. Acesso em: 29 abr. 2025.

Edição

Seção

Artigos