A TECNOLOGIA E A COMUNICAÇÃO EM SOCIEDADE SOB O VIÉS DA HERMENÊUTICA DE GADAMER E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA O DIÁLOGO
Palavras-chave:
Hermenêutica. Tecnologia. Diálogo.Resumo
O presente artigo tem como objetivo trazer uma visão gadameriana do diálogo num contexto da utilização da tecnologia e sob a perspectiva da ética hermenêutica, buscando fornecer ao leitor uma análise que irá estimulá-lo a refletir sobre o assunto. A tecnologia influenciou o diálogo provocando uma incapacidade para o mesmo. Essa incapacidade não é natural para o homem, não é iminente, mas artificial ou culturalmente criada, o que significa que ela pode ser revertida, para dar origem à capacidade dialógica adequada. Mas esta incapacidade para o diálogo, como resultado de uma cultura desfigurante, sendo a educação monológica um dos seus principais aspectos, é também uma deficiência hermenêutica (de interpretação): a má interpretação do outro (e provavelmente de si mesmo). Assim, a análise do diálogo em hermenêutica inevitavelmente leva à consideração de quais sejam os problemas de interpretação que ocorrem na interação aparentemente comunicativa, mas que na verdade não é; a incapacidade de interpretação do outro é tanto psicológica quanto ética.
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Referências
A proposta filosófica gadameriana não se constituiu na destruição da validade do método científico, mas em justificar que, ao filosofar, é mais própria a arte de dialogar que a técnica de dissecar temas e problemas (GACKI, 2006 apud ARAÚJO et al, 2012, p.1).
A verdadeira experiência é aquela na qual o homem retorna consciente de sua finitude. É pura ficção a ideia de que se pode dar marcha à ré a tudo, de que há sempre tempo para tudo, e de que de um modo ou de outro, tudo retorna. Quem está e atua na história vivencia constantemente a experiência de que nada retorna. A verdadeira experiência é assim: a experiência da própria historicidade (GADAMER, 1999, p.326).
“o campo da sociedade humana, o alcance do entendimento, do consenso sempre maior de que é tão essencial para a vida humana como o ar que respiramos". (GADAMER, 1999)
“ser que pode ser compreendido é linguagem" (GADAMER, 1999)
“O diálogo (Gespräch) hermenêutico acontece na relação entre parceiros, e não entre espectadores passivos ou interlocutores indiferentes (ROHDEN, 2004, p.194)
.REFERÊNCIAS
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