Viajando da cidade para o campo: representações de cenários urbanos e rurais em dois livros ilustrados portugueses
Resumo
A investigação mostra que a natureza é presença frequente na literatura infantojuvenil e que é habitualmente configurada como uma entidade prazerosa, harmoniosa e até idílica, ainda que superficial, humanizada e estereotipada. Esta construção do mundo natural repousa sobre o poder da linguagem verbal para criar realidade, moldando a forma como a natureza é percecionada, fundindo as dimensões estética, lúdica e pedagógica da literatura para crianças e jovens. Este estudo objetiva identificar as linhas de intersecção destas dimensões, mais especificamente a questão da ecoliteracia, adotando duas perspetivas fundamentais: (a) uma perspetiva linguística, recorrendo à identificação de quadros conceptuais e ao reportório interpretativo nos quais estes são constituídos; (b) uma perspetiva literária e semiótica, estabelecendo relações e dinâmicas texto-imagem, segundo teoria pós-modernas de abordagem do livro ilustrado (álbum). Para cumprir o seu objetivo, este estudo analisa dois livros (álbuns) para crianças publicados em 2009 que apresentam narrativas de viagens de carro em família de áreas urbanas para áreas rurais. Estes dois livros representam diversas formas de apropriação subjetiva do espaço, no quadro da relação entre as crianças e o meio na sociedade contemporânea e ambos promovem a ecoliteracia dos leitores.
Palavras-chave: literatura infantojuvenil, livro ilustrado, natureza, ecoliteracia, construtivismo linguístico.
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