O trabalho uberizado de motoboys e bikeboys de aplicativos
entre uma flexibilidade enganosa e a ausência de direitos
DOI:
https://doi.org/10.4013/base.2024.201.01Palavras-chave:
Relações de trabalho, Uberização, PrezarizaçãoResumo
Há um crescente debate em torno da expansão do trabalho via plataformas digitais no Brasil e no mundo, sendo um deles o trabalho de delivery. Objetivando compreender os impactos da uberização nas relações de trabalho de motoboys e bikeboys de aplicativos, realizou-se uma pesquisa qualitativa envolvendo entrevistas com 24 trabalhadores. Os resultados do estudo evidenciaram o quão diferente são as relações de trabalho dos aplicativos de delivery em relação ao modelo de trabalho tradicional regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, mostrando que a a uberização trouxe importantes rupturas. Por um lado, esse novo modelo de trabalho tem atraído jovens de baixa escolaridade motivados pela oportunidade de geração de renda, em paralelo com a aparente flexibilidade de horário e a possibilidade de exercerem outras atividades simultaneamente. Por outro lado, foram observadas características de um trabalho informal sem qualquer proteção e direitos legais, evidenciando uma precarização do trabalho no setor, corroborando a literatura. Esta precarização abrange desde a saúde ocupacional, passando pelos direitos inexistentes, até a remuneração destes trabalhadores, evidenciando, assim, a necessidade de fortalecimento da representatividade sindical dessa classe, até então pouco atuante, como os dados da pesquisa também revelaram.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Concedo à Revista BASE o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista BASE acima explicitadas.