A Heterogeneidade do Desempenho dos Escritórios de Transferência de Tecnologia (ETT) nas Universidades Públicas Brasileiras

Resumo

A transferência de tecnologia entre universidade-empresa tem se configurado como uma política de investimentos governamentais na criação de um ambiente propício à inovação industrial. No Brasil e demais países do mundo se institucionalizou como órgão implementador da política de inovação o Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT) para intermediar as relações da universidade com o setor produtivo. Este estudo analisa as políticas institucionais e a capacidade absortiva do ETT como fatores que podem influenciar no desempenho do ETT. O método de pesquisa é de natureza qualitativa pelo estudo de casos, representados pelas universidades federais de Santa Catarina (UFSC) e de Lavras (UFLA) e, dos respectivos ETTs (SINOVA e NINTEC), gerenciados por coordenadores que participaram das entrevistas semiestruturadas aplicadas. Os resultados confirmam o desempenho superior da SINOVA (UFSC) sob o do NINTEC (UFLA), dada a vigência de diretrizes políticas de inovação e pesquisa articuladas com o estatuto da UFSC em prol da cooperação universidade-empresa, bem como a capacidade absortiva realçada pela habilidade e prática na gestão da transferência de tecnologia pela SINOVA. Os resultados do estudo ratificam a importância da implementação da política de transferência de tecnologia dentro das universidades públicas brasileiras, como ainda sugerem priorizar a autonomia institucional do ETT no âmbito da administração superior (Reitoria) como órgão executivo de políticas e estratégias de prospecção tecnológica e de cooperação científica com o setor produtivo. Por fim, os resultados sugerem o investimento na capacitação gerencial, técnica e de negócios do ETT para liderar as interfaces entre a universidade-governo-empresa, que são elos essenciais na construção e evolução dos ambientes promotores de inovação.