Georgia Warnke e a virada hermenêutica na teoria política: possibilidades e obstáculos
DOI:
https://doi.org/10.4013/rechtd.2021.133.10Resumo
Georgia Warnke analisou as posições de autores relevantes sobre justiça e filosofia política. Ela escreveu largamente a respeito da obra de Walzer, Rawls, Dworkin e Habermas. Neles, reconheceu a presença do que ela denomina virada interpretativa ou hermenêutica, que se caracteriza por justificar as instituições, tradições, normas e valores sociais não em princípios universais e abstratos, mas no modo como a sociedade efetivamente os aceita e interpreta. Ao mesmo tempo, ela ressalta o que considera serem debilidades nas teorias desses pensadores, relacionadas ou à falta de uma preocupação maior sobre as diferenças de interpretações sobre os significados das tradições e normas sociais ─ Rawls e Habermas ─, ou à adesão a visões demasiado partidárias ou políticas ─ Walzer e Dworkin. Warnke propõe uma teoria política que tem por tarefa fornecer as condições para o diálogo frutuoso entre as várias posições no âmbito da vida política, mas ela não soluciona o problema dos desacordos de difícil solução que surgem no âmbito da convivência política.
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