O que é padrão de vida: definição de um objeto para a historiografia do trabalho.

Autores

  • Nauber Gavski da Silva UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.4013/rlah.v1i3.108

Palavras-chave:

Padrão de Vida. Condições de Vida. História do Trabalho.

Resumo

A intenção desse trabalho é introduzir o objeto de pesquisa do “padrão de vida” dos trabalhadores, explorado com maior ênfase em outros contextos historiográficos que não o brasileiro. São apresentados alguns exemplos dessas abordagens, como o caso estadunidense, latino-americano, e o clássico debate sobre o caso inglês consolidado nas obras de Thompson e Hobsbawm, que ainda hoje pauta estudos históricos sobre condições de vida dos trabalhadores, no qual ficou patente a necessidade de melhorar as ferramentas para a análise sobre o tipo de vida que as pessoas levavam. A seguir, demonstra-se o percurso do conceito de padrão de vida no campo da economia a partir dos anos 1960, consolidando-se nos anos 1990 enquanto um novo conceito, chamado de qualidade de vida, e que passa a agregar novos indicadores para medir o tipo de vida das pessoas, não mais restritos à renda. Em todo caso, por mais que esta renovação sobre o campo das condições de vida dos trabalhadores tenham ganho espaço em instituições como a ONU, que passou a comparar a qualidade de vida nos países a partir do Índice de Desenvolvimento Humano, o padrão de vida parece ainda não ter se consolidado como objeto historiográfico dos pesquisadores dos mundos do trabalho no Brasil, salvo uma ou outra exceção. Sugiro que se deva analisar a criação do salário mínimo entre os anos 1930 e 1940 e acompanhar sua evolução para percebermos a centralidade do tema na relação entre Estado, patrões e operários nas disputas em torno da economia e da política.

Biografia do Autor

Nauber Gavski da Silva, UFRGS

Doutorando em História pela UFRGS, Bolsista CNPq.

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Publicado

2012-03-16