Fábricas e máquinas recuperadas: experiências de adequação sociotécnica no Brasil e na Argentina
DOI:
https://doi.org/10.4013/otra.2016.1019.07Resumen
No mundo contemporâneo, a tecnologia é geralmente considerada um elemento fundamental para a formação das relações sociais. Para diversos autores, ela é reconhecida também como instrumento político, por meio do qual as relações de poder são preservadas e transformadas. O presente estudo situa-se nessa tradição e tem como objeto de análise alguns dos processos por meio dos quais se modificam as estruturas de propriedade dos meios de produção, bem como os resultados dessas mudanças, no âmbito da Economia Solidária. Por meio de revisão bibliográfica, entrevistas e visitas (realizadas em 2014 e 2015), foram estudadas duas fábricas recuperadas, uma no Brasil (Flaskô) e outra na Argentina (CAFLA), para averiguar a existência de processos de modificações, realizadas pelos trabalhadores, na tecnologia e na gestão dessas duas fábricas, associados a estratégias de “adequação sociotécnica”. Observamos a existência de vários exemplos de reprojetamento tecnológico com a finalidade de tornar a forma de produzir mais aderente aos princípios da autogestão, do cooperativismo e da Economia Solidária. A pesquisa mostrou que experiências relevantes em termos de adequação sociotécnica em fábricas recuperadas têm sido desenvolvidas na América Latina. Permitiu, ademais, a verificação da existência de inovações tecnológicas em arranjos produtivos que fogem do padrão tipicamente associado ao modelo de empresas capitalistas.
Palavras-chave: fábricas recuperadas, economia solidária, adequação sociotécnica.
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