Personagens, espaço, leis e tempo: as polarizações que regem as narrativas reconhecidas como escândalos
Palabras clave:
polarizações, escândalos políticos, narrativaResumen
Neste artigo, propomos compreender a polarização – ou polarizações – como parte de uma política narrativa, um emaranhado de estratégias narrativas que são apropriadas pelo jornalismo para narrar suas visões de mundo. E, para expor esse entendimento, partimos da análise de narrativas jornalísticas que estimulam a ideia de escândalo político. A partir desse entendimento, apresentamos um movimento específico de enxergar as polarizações, propondo quatro polarizações que nos auxiliam a compreender essas narrativas ditas escandalosas: a) a polarização personalista/partidária, b) a democrática/caótica, c) a legal/informal e d) a fantástica/ordinária. Ao acenar para a validade desse movimento, espera-se reforçar que, ao ser vista como parte dessa política narrativa que abarca o sentido de “mentalidade”, a própria noção de polarização
precisa ser revisitada. Abandona-se seu caráter intrinsecamente dual e literal e passa-se a vê-la como um processo narrativo, constituidor de sentidos – como os que auxiliam a fundar a ideia artificial de escândalo político.
Citas
AUTOR, XXXX.
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