Paleontologia e aspectos geológicos das sucessões do final do Neógeno no sudoeste do Rio Grande do Sul, Brasil

Autores

  • Édison V. Oliveira
  • Leonardo Kerber

DOI:

https://doi.org/10.4013/5060

Resumo

Três sucessões do setor sudoeste do Rio Grande do Sul, geradas em ambiente dominantemente fluvial, são revistas em termos litoestratigráficos e paleontológicos. O conjunto dos fósseis de vertebrados sugere diferentes idades, entre o final do Plioceno e Holoceno, e isso estimula a discussão de seus locais de ocorrência e significado temporal. A Aloformação Guterres, composta por arenitos finos a grossos, e arenitos conglomeráticos, contém exclusivamente lenhos silicificados e é sugerida, com base na tafoflora, sua correlação com as formações Salto, Uruguai, e Salto Chico, na Argentina. Idades obtidas por termoluminescência podem indicar, no entanto, que englobe níveis mais jovens e que sua deposição se estenda até o tempo de deposição das formações El Palmar, de Entre Rios, e Argentina, ou Touro Passo, no Brasil. Para a Formação Touro Passo, são reconhecidos três elementos arquiteturais: de canais, acresção lateral, e planície de inundação, os últimos testemunhados apenas na localidade de Barranca Grande. Neste local, os fósseis de vertebrados autóctones e parautóctones sugerem um intervalo correspondente ao Pleistoceno Superior e um clima mais quente e úmido que nos situados mais ao sul e na costa da Argentina, mas similar àquele informado pelas faunas das formações Sopas e Yupói/Toropi, com Tupinambis, Hydrochoerus, Tapirus e Tayassu. Para a Sanga da Cruz, Alegrete, os níveis são propostos como correspondentes a estas mesmas unidades, mas com idades levemente mais jovens, e contêm elementos tipicamente pampeanos, como Propraopus cf. P. grandis, Glyptodon, Pampaterium typum e Macrauchenia patachonica.

Palavras-chave: Quaternário, depósitos fluviais, vertebrados, lenhos, idade, sul do Brasil.

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Publicado

2021-06-09

Edição

Seção

Artigos