Super-heróis na era Bush: entre o apoio e a rebeldia à guerra ao terror
DOI:
https://doi.org/10.4013/fem.2019.211.01Resumo
Posteriormente aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, o mandato de George W. Bush como presidente do país caracterizou-se pela implementação da Guerra ao Terror, conjunto de ações e medidas controversas de política externa e segurança doméstica como reação de defesa e beligerância contra os responsáveis pelos atentados, a organização extremista islâmica Al-Qaeda, e seus supostos aliados no Oriente Médio. Para promover e justificar esta empreitada de impacto global, marcada pelas invasões militares do Afeganistão e do Iraque, o patriótico discurso governamental a representou como uma jornada heroica de missão predestinada em nome da expansão democrática e da paz mundial, reproduzindo-se inclusive através da influente indústria cultural dos EUA. Com o respaldo de concepções, estudos e análises de Slavoj Zizek, Noam Chomsky, Dan Hassler-Forest e Jeffery Moulton, entre outros, este artigo avalia como os famosos super-heróis das companhias DC e Marvel, historicamente consolidados como símbolos populares da identidade e do orgulho norte-americanos desde suas origens às portas da Segunda Guerra Mundial, retrataram literal ou metaforicamente, em histórias em quadrinhos e filmes contemporâneos à administração Bush, o trauma do 11 de Setembro e a campanha intervencionista contra “supervilões” de um novo Eixo. Assim, identificamos e elucidamos, com exemplos emblemáticos envolvendo personagens como Batman e Capitão América, não apenas representações consonantes ao discurso oficial, mas também alegorias que, contrariamente a uma tendência de reverberação positiva especialmente observada no cinema, refletem visões críticas à Guerra ao Terror, ecoando um contradiscurso politicamente contestador marcante da época.
Palavras-chave: Super-heróis. Política. Guerra ao Terror.
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