Reflexões sobre ontologias jornalísticas no contexto de desinformação e crises sistêmicas
DOI:
https://doi.org/10.4013/fem.2021.232.05Resumo
O encontro entre desinformação e digitalização informacional/social configura-se no locus ideal para a rápida e incontrolável aceleração de desordens informativas, especialmente em momentos de crise sistêmica, tendo o jornalismo um papel fundamental na produção de informação de qualidade, legitima e credível. Indagamos como a práxis e respectivas ontologias são resilientes em tais cenários, especialmente com relação aos processos redacionais de verificação. Partimos do pressuposto que existem diferenças entre as ontologias da verificação e aquelas emergentes dos processos de fact-checking necessários ao combate da desinformação. Propomos refletir neste ensaio teórico sobre as possibilidades de conciliação dos diferentes preceitos ontológicos. Instrumentalizamos nossas reflexões a partir de um panorama do jornalismo contemporâneo em reconfiguração; apresentamos os conceitos recentes na literatura sobre ontologia do jornalismo; discutimos as diferenças de fazeres entre a verificação redacional cotidiana e a atividade do fact-checking organizada como um sistema paralelo; apresentamos e comentamos sobre ecossistema brasileiro atuando neste cenário. Novos posicionamentos ontológicos diante de ondas de desinformação preservam o jornalismo de qualidade, mas necessitam de processos mais complexos que aquele já consolidado de verificação redacional. O fact-checking parece ser o complemento oportuno para dar conta do cenário e olharmos para o jornalismo como parte de um ritual comunicativo enraizado nas bases da sociedade que atua.
Palavras-chave: crise sistêmica; ontologias; jornalismo; fact-checking
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