Rituais compartilhados e crenças religiosas

Autores

  • Daniel De Luca-Noronha Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Avenida Doutor Cristiano Guimarães, 2127, Planalto, 31720-300, Belo Horizonte, MG, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.4013/fsu.2018.193.14

Resumo

Agentes estão geralmente comprometidos a agir com base em crenças religiosas, mesmo quando estas não são obviamente adaptativas. O que poderia explicar esse fato? A hipótese cognitivista explica esse comprometimento com base em mecanismos cognitivos internos. No entanto, alguns teóricos têm notado a importância de se levar em consideração os contextos nos quais crenças religiosas são transmitidas, tais como os rituais: o aprendiz cultural se compromete com certa crença religiosa quando testemunha manifestações baseadas em tal crença em situações apropriadas. Nesse artigo, argumento que podemos fortalecer esse insight ao nos concentrarmos no caráter compartilhado dos rituais que facilitam a transmissão de crenças religiosas. Primeiro, apresento a hipótese explicativa tradicional para as origens da crença religiosa. Segundo, esboço três objeções que limitam o poder de tal modelo explicativo. Terceiro, exploro uma hipótese que dá conta do contexto de transmissão de crenças e, então, defendo a necessidade de refiná-la para acomodar demandas explicativas pertinentes. Finalmente, apresento o modelo interacionista da cognição social como um modo de dar conta do caráter compartilhado dos rituais religiosos.

Palavras-chave: crença religiosa, comprometimento religioso, cognição social, interacionismo, rituais.

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Publicado

2018-12-18

Edição

Seção

Dossier