Redesenhando a natureza humana: bioaprimoramento moral e a busca pela resolução de conflitos políticos

Autores

  • Marcelo de Araujo Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Filosofia, e Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Direito.

DOI:

https://doi.org/10.4013/fsu.2016.173.16

Resumo

A tese segundo a qual conflitos políticos decorrem do caráter egoísta da natureza humana é uma ideia bastante antiga. Essa tese perpassa a obra de autores tão diversos como Hobbes, Freud e Morgenthau. Essa tese foi também recentemente retomada no debate sobre o bioaprimoramento moral. Os defensores do bioaprimoramento moral sustentam duas teses: (i) a biotecnologia poderia ser utilizada para modificar a natureza humana, tornando as pessoas mais cooperativas e menos egoístas; e (ii) um incremento da disposição para a cooperação social, para a benevolência e para a empatia reduziria a ocorrência de conflitos políticos violentos na arena internacional. Neste artigo, eu proponho que a primeira tese pode ser verdadeira, mas disso não se segue que conflitos políticos na arena internacional possam ser contornados por meio da biotecnologia. A tese que defendo é que o bioaprimoramento moral da humanidade não reduziria a probabilidade de que ocorram guerras nucleares, bioterrorismo ou cyber-attacks no futuro.

Palavras-chave: bioaprimoramento moral, natureza humana, realismo, Hans Morgenthau, Estado mundial.

Biografia do Autor

Marcelo de Araujo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Filosofia, e Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Direito.

Marcelo de Araujo obtained his PhD in philosophy at the University of Konstanz, Germany, in 2002. He has an interest in the tradition of the social contract, bioethics and philosophy of law. His publications include “Kontraktualismus“, in: Menschenrechte: Ein interdisziplinäres Handbuch, ed. Lohmann and Pollmann, Stuttgart: Metzler, 2012, p. 193-198; and “Hugo Grotius, contractualism, and the concept of private property: an institutionalist interpretation”, in: History of Philosophy Quarterly, vol. 26, 2009, p. 353-371.

Downloads

Publicado

2016-12-30