Como devem os valores influenciar a ciência?
Resumo
Cientistas emitem juízos de valor o tempo todo. Avaliam suas teorias segundo critérios usualmente chamados de “valores cognitivos” (adequação empírica, poder preditivo e explicativo, etc). Mas uma teoria pode ser avaliada também segundo valores não-cognitivos (sociais, políticos, econômicos, etc). Tradicionalmente, valores cognitivos e não-cognitivos são mantidos separados, sem se interpenetrarem, resguardando-se a “autonomia”, “imparcialidade” e “neutralidade” da ciência. Contudo, valores sociais e morais, e outros tipos de valores não-cognitivos, desempenham seu papel na ciência, não apenas a respeito da ética da pesquisa, mas a respeito das estratégias que conformam e viabilizam a pesquisa mediante a escolha dos problemas a investigar e as suas aplicações práticas. Por isso, a ciência não é “neutra”, nem propriamente “autônoma” – está permeada de valores que nela interferem. Mas pode e deve ser “imparcial” na avaliação cognitiva de seus resultados, como condição para o avanço da pesquisa, permitindo que uma diversidade de valores assegure lugar a uma variedade de estratégias competidoras.
Palavras-chave: valores cognitivos, valores não-cognitivos, pesquisa científica, estratégias, imparcialidade.
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