Lagarteando: problemas ontológicos e semânticos na hermenêutica da natureza viva de Heidegger
DOI:
https://doi.org/10.4013/4649Resumo
No presente artigo abordo a hermenêutica da natureza viva sugerida por Martin Heidegger em Os conceitos fundamentais da metafísica. A partir de procedimentos hermenêuticos complexos, Heidegger sustentou a conhecida tese acerca da pobreza de mundo dos animais. Minha hipótese é que a relevância desta tese deve ser deflacionada em favor do reconhecimento de uma pobreza no mundo própria dos seres humanos. A pobreza no mundo designa o resultado da comparação entre a estrutura da intencionalidade animal e a estrutura formativo-transcendental da existência humana. Tal comparação não indica apenas a ausência da estrutura do algo enquanto algo na intencionalidade animal, mas também a necessária fragmentação no compartilhamento humano com a intencionalidade da vida. Daqui resulta uma limitação semântica importante, pois todo dizer significativo sobre a vida animal deve orientar-se pela incompletude no compartilhamento das esferas intencionais da vida e da existência humana. Concluo com a indicação de um conjunto de problemas que precisariam ser tratados em uma hermenêutica construtiva da natureza viva.
Palavras-chave: Heidegger, hermenêutica da natureza, vida, intencionalidade.Downloads
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